Bitcoin despenca abaixo de US$ 90.000, atingindo mínima de US$ 84.808,54 e ampliando perdas. Analistas apontam riscos e incertezas no mercado.
O bitcoin registrou uma queda abaixo de US$ 90.000 nesta segunda-feira (1º), refletindo a aversão ao risco e ampliando as perdas após a maior queda mensal desde meados de 2021. A principal criptomoeda do mundo atingiu a mínima de US$ 84.808,54, com uma desvalorização de 6,99%.
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Por volta das 10h10 (horário de Brasília), o valor recuava 5,73%, cotado a US$ 85.959,10.
Em novembro, o bitcoin perdeu mais de US$ 18.000, resultando em uma saída recorde de capital do mercado. Essa foi a maior perda em dólares desde maio de 2021, quando diversas criptomoedas enfrentaram colapsos significativos.
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Devido à sua curta história, não existem muitos fatores sazonais que ajudem a prever o comportamento do bitcoin em dezembro. Analistas destacam que a forte correlação entre o bitcoin e o mercado de ações é particularmente relevante neste momento.
Kathleen Brooks, diretora de pesquisa da XTB, afirmou que a queda do bitcoin não é um bom sinal para as ações no início do mês.
Brooks também mencionou que a recente diminuição da volatilidade, com o VIX caindo abaixo da média dos últimos 12 meses, pode ter gerado apreensão entre os investidores em relação às incertezas do final do ano.
Os contratos futuros de bitcoin da CME indicam um crescente pessimismo, com os contratos com vencimento em três meses sendo negociados com o menor ágio em relação aos que expiram neste mês em pelo menos um ano. Isso reflete a hesitação dos investidores em apostar em uma alta sustentada do preço.
O ether também apresentou queda, sendo cotado a US$ 2.828,59, com uma desvalorização de 6,4% após perder cerca de 22% do seu valor em novembro. Mohit Kumar, estrategista da Jefferies, destacou que diversos fatores negativos estão pressionando o bitcoin.
A S&P Global rebaixou o rating da Tether, a maior stablecoin do mundo, citando riscos em suas reservas e lacunas na divulgação de informações. Phong Le, CEO da Strategy, mencionou que a empresa pode considerar vender suas participações se a métrica “mNAV” cair abaixo de 1, atualmente em torno de 1,19.
Com a queda acentuada das ações da Strategy, que desvalorizaram 60% no último ano, a empresa corre o risco de ser excluída dos índices de referência. A MSCI encerra neste mês uma consulta pública sobre a exclusão de empresas com mais de 50% de seus ativos em criptomoedas.
Desde seu pico de US$ 4,3 trilhões, o mercado de criptomoedas perdeu mais de US$ 1 trilhão em valor, conforme dados do CoinGecko.
Autor(a):
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.