Bessent: EUA podem recuperar metade das tarifas se Justiça anular decisão contra Trump

Secretário do Tesouro adverte sobre a possibilidade de reembolso aos países impactados pela alta de impostos se a decisão judicial for confirmada.

07/09/2025 12:31

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Bessent: EUA podem recuperar metade das tarifas se Justiça anular decisão contra Trump
(Imagem de reprodução da internet).

O Departamento do Tesouro fará reembolsos caso a Suprema Corte mantenha a decisão de que as tarifas recíprocas do presidente Donald Trump constituíram um excesso de poder, afirmou o Secretário do Tesouro Scott Bennett neste domingo (7).

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“Precisaríamos conceder um reembolso de aproximadamente metade das tarifas, o que seria desastroso para o Tesouro”, declarou ele durante uma participação no programa “Meet the Press” da NBC News.

Bessent apontou que existem inúmeras outras alternativas que podem ser consideradas em vez dos reembolsos, sem especificar detalhes.

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O diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, afirmou em uma participação no programa “Face the Nation” da CBS News que existem “outras autoridades legais” para implementar tarifas caso a Suprema Corte não decida a favor do governo Trump.

Propôs a análise da Seção 232, que foi utilizada para aplicar tarifas sobre aço e alumínio, entre outras alternativas.

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Um tribunal federal de apelações decidiu em 29 de agosto que as tarifas “recíprocas” de Trump eram entre as taxas impostas que violam a autoridade do presidente, afirmando que a IEEPA (Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional) não autoriza as tarifas de emergência impostas no início deste ano.

O tribunal, em sua decisão majoritária, não identificou nenhuma autorização congressional clara pela IEEPA para tarifas da magnitude das Tarifas Recíprocas e Tarifas de Tráfego.

A nova série de tarifas “recíprocas”, que teve início em agosto, continuará valendo após o tribunal postergar a aplicação de sua decisão até 14 de outubro.

A decisão judicial questionou a habilidade do governo Trump de prosseguir com negociações comerciais. O presidente dos EUA recorreu da decisão ao Supremo Tribunal na quarta-feira (3), alertando sobre uma “nação pobre” sem tarifas.

Bessent afirmou no domingo (7) que está “confiante” de que a Casa Branca vencerá no processo judicial.

O efeito das políticas econômicas de Trump tem-se mostrado gradualmente evidente. O relatório de empregos de agosto do Departamento de Estatísticas do Trabalho apontou que a economia dos EUA adicionou aproximadamente 22 mil empregos, e a taxa de desemprego subiu para 4,3% – a mais alta em quase quatro anos.

Os setores mais afetados incluem os ligados ao comércio de bens. A política tarifária e a maneira inconsistente de sua aplicação causaram um impacto “inequivocado” nas compras, conforme escreveu o economista da RSM US, Joe Brusuelas, em uma comunicação aos investidores na sexta-feira (5).

As empresas de mercadorias apresentaram um declínio de quatro meses consecutivos a partir de maio, observou Brusuelas.

“Não podemos simplesmente criar as fábricas com facilidade”, afirmou Bessent, adicionando que “iremos observar a geração de empregos na construção civil e na manufatura”, em parte devido à aprovação do “One Big Beautiful Bill”.

O governo Trump argumenta que as empresas americanas devem cobrir os custos extras das tarifas, afirmando que essas taxas não são um imposto sobre os consumidores norte-americanos.

Nike, Hasbro e Walmart estão entre as empresas que avisam que as tarifas resultariam em aumentos de preços, ao mesmo tempo em que os EUA arrecadam receita sobre importações.

Os Estados Unidos obtiveram cerca de US$ 28 bilhões em taxas alfandegárias em julho, conforme divulgado no relatório mensal do Departamento do Tesouro. Em abril, o Tesouro informou a arrecadação de US$ 16,8 bilhões em tarifas alfandegárias.

Em junho, a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA informou ter obtido US$ 81,5 bilhões provenientes das tarifas de Trump.

Tradução revisada por André Vasconcelos

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Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.