Belém em Alerta: Ameaça do Calor à Saúde Pública e Soluções Inovadoras na COP30

Belém enfrenta risco à saúde com aumento da temperatura. Conferência COP30 expõe ameaça climática e impactos na saúde pública. Plataforma MAISA revela picos de calor e risco extremo

13/11/2025 10:28

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Impacto do Aumento da Temperatura na Saúde Pública em Belém

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), realizada em Belém, expôs de forma alarmante a crescente ameaça que as variações de temperatura representam para a saúde pública. O que antes era considerado apenas uma característica climática está agora sendo reconhecido como uma séria ameaça, com consequências diretas na saúde da população.

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Estudos recentes demonstram que dias excessivamente quentes estão associados a um aumento significativo no número de óbitos por doenças respiratórias e cardiovasculares, agravadas pelas temperaturas extremas.

Dados e Monitoramento: A Plataforma MAIS

A comunidade científica, com base em dados como os obtidos em 2020, revelou que a capital paraense, Belém, apresenta picos de temperatura de bulbo úmido de 31,5°C, uma medida que combina índices de calor e umidade para traduzir melhor os efeitos da temperatura no corpo humano.

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Valores acima de 29°C já indicam um risco extremo para o organismo, que não consegue se resfriar adequadamente através da transpiração. Para enfrentar essa realidade, foi criada a plataforma MAIS, uma iniciativa do Einstein Hospital Israelita, que reúne dados meteorológicos (Inmet), demográficos (IBGE), do DataSUS (incluindo mortes e internações) e informações socioeconômicas, somando mais de 50 indicadores e 40 fontes públicas dos últimos anos.

A plataforma é processada com base nas evidências científicas disponíveis, além de modelos matemáticos e artigos científicos que passam pela curadoria do Einstein.

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Riscos e Medidas de Proteção

A média de temperatura de bulbo úmido em Belém é de 28,2°C, já considerada de alto risco. Pessoas com condições de saúde pré-existentes devem evitar atividades físicas em dias de calor extremo. A qualidade do ar também é um fator crítico, como evidenciado pela piora da qualidade do ar em agosto de 2024, causada pelas queimadas no país, que agravou doenças respiratórias e aumentou a demanda por atendimento médico em 190%.

A plataforma MAIS visa tornar o problema climático mais nítido e tangível, conectando as mudanças climáticas ao impacto na saúde da população. A falta de dados granulares sobre o impacto de clima e poluição em saúde no Amazonas também é um ponto de atenção, evidenciada pela necessidade urgente de expandir a infraestrutura de monitoramento ambiental.

Exemplos Internacionais e Estratégias de Adaptação

Cidades europeias como Paris e Barcelona implementaram “planos de calor” que incluem alertas antecipados à população vulnerável, abertura de centros de refrigeração públicos e adaptação de jornadas de trabalho em dias de clima extremo. O Plano de Ação ao Calor de Ahmedabad, na Índia, é considerado modelo global, evitando cerca de 1.190 mortes anuais desde 2013.

Esses exemplos demonstram que é possível proteger vidas com políticas públicas baseadas em dados e estratégias de adaptação, como a implementação de sistemas de alerta precoce e a proteção de populações vulneráveis.

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.