Projeções do Banco Central Apontam para Inflação Elevada
As projeções oficiais do Banco Central (BC) indicam que a inflação permanecerá acima da meta até o primeiro trimestre de 2028. Essa atualização, divulgada no Relatório de Política Monetária nesta quinta-feira, reflete uma postura mais cautelosa da instituição diante do cenário econômico.
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Além disso, o BC revisou as estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, agora projetando uma expansão de 2%, em comparação com a previsão anterior de 2,1%. Essa redução reflete os desafios econômicos atuais.
Projeções de Inflação Detalhadas
Quanto à inflação, a previsão do BC piorou em relação ao relatório anterior, divulgado em junho. Originalmente, a expectativa era que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingisse o teto da meta até o final de 2027. As novas projeções são:
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- Fechamento de 2025: 4,8%
 - Fim de 2026: 3,6%
 - Encerramento de 2027: 3,2%
 - Primeiro trimestre de 2028: 3,1%
 
A meta estabelecida é de 3%, com uma margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
Risco de Estouro da Meta
As projeções acima de 3% estão alinhadas com a comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom), que sinaliza a manutenção da Taxa Selic em 15% por um período prolongado. O BC avalia a situação com cautela, buscando assegurar a convergência da inflação à meta.
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O cenário de referência considera as projeções da Taxa Selic do Boletim Focus, que apontam para 15% no fim de 2025 e 12,38% em 2026. A probabilidade de estouro da meta também foi atualizada, subindo para 71% para 2025 e permanecendo em 26% para 2026.
É importante ressaltar que essa probabilidade não implica em risco de descumprimento da meta, pois o estouro ocorre após seis meses consecutivos acima do limite de referência no acumulado em 12 meses. No entanto, a autoridade monetária considera essa chance como um indicador para avaliar os riscos nas projeções.
O BC já enfrentou um desafio ao descumprir a meta no primeiro teste do novo regime, com o IPCA acumulado em 12 meses terminados em junho atingindo 5,35%.
Na carta enviada ao Ministério da Fazenda, o BC espera que a inflação retorne ao intervalo de tolerância a partir do primeiro trimestre de 2026. Contudo, a autoridade monetária reafirma seu compromisso com a meta de 3%, tomando decisões para alcançar esse objetivo no horizonte relevante.
O relatório atual reforça a expectativa de que a inflação permaneça fora da faixa de tolerância da meta até o fim deste ano, com uma projeção de 4,8%.
