Ministro lidera Supremo sob intensa pressão e decide em casos polêmicos como o de Bolsonaro, descriminalização da maconha e responsabilização de plataformas.
O ministro Luís Roberto Barroso concluiu nesta quinta-feira (25) sua atuação como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Na segunda-feira (29), o cargo será assumido pelo ministro Edson Fachin, seguindo uma regra regimental baseada na antiguidade dos ministros.
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A mudança no comando do STF ocorreu após o mandato da ministra Rosa Weber, que assumiu a presidência em setembro de 2023. O período foi marcado por ameaças à Corte, incluindo a invasão da sede dos Três Poderes. Rosa Weber foi responsável por reconstruir o Tribunal após esses eventos.
Sob a gestão de Barroso, o STF condenou 119 pessoas envolvidas nos ataques. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também se tornou alvo central, sendo investigado, denunciado e condenado por sua participação em uma organização criminosa que tentou articular um golpe de Estado. Essas decisões ocorreram em meio a forte pressão política e internacional.
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Em 2024, o STF enfrentou ameaças diretas de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, que impôs tarifas contra o Brasil e sancionou ministros individualmente. Apesar das sanções, Barroso manteve a defesa da independência da Corte. O STF também protagonizou decisões de impacto social, como a descriminalização do porte de maconha e a alteração do Marco Civil da Internet.
Edson Fachin assume a presidência em um cenário de forte tensão política. Há especulações sobre uma possível saída de Barroso do Supremo, diante da “crise de civilidade” no cenário internacional e da ofensiva norte-americana. Fachin terá o desafio de conduzir a Corte em meio aos últimos julgamentos da tentativa de golpe de Estado.
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Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.