Um dos momentos mais notórios da trajetória de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) foi o confronto público com o ministro Gilmar Mendes, ocorrido em 2018 e transmitido ao vivo. A discussão surgiu durante uma sessão de julgamento de uma ação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) relacionada a doações para campanhas eleitorais.
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Rebatória e “Meme” nas Redes Sociais
Barroso, respondendo a provocações de Gilmar, proferiu um discurso que se tornou amplamente divulgado e, posteriormente, um “meme” nas redes sociais. A fala do ministro gerou grande repercussão.
“Criminalização não reduz abortos; ainda posso votar”, declarou Barroso, na ocasião. A reação do ministro foi marcada por um tom de forte crítica e desaprovação.
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Reação e Suspensão da Sessão
Gilmar Mendes reagiu à fala de Barroso, acusando o ministro do STF de manter um escritório de advocacia, o que é proibido para os ministros do tribunal. Em seguida, a sessão foi suspensa pela então presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.
Aproximação e Despedida
Com o tempo, Barroso e Gilmar se aproximaram, especialmente diante dos ataques ao STF durante o governo Bolsonaro e das recentes invasões de 8 de janeiro de 2023. As chamadas “11 ilhas” – em referência ao isolamento dos ministros – se uniram em defesa da colegialidade e da própria Corte.
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No discurso de despedida, Barroso mencionou Gilmar: “Gilmar, a vida nos afastou e nos aproximou. Fico feliz que tenha sido assim e sou grato por sua parceria valiosa ao longo de minha gestão e por sua defesa firme do tribunal nos momentos difíceis.”
Gilmar respondeu, destacando a importância do trabalho de Barroso em “um dos momentos mais difíceis que a Corte enfrentou” e afirmou que “não guarda mágoas”. Em seguida, o ministro se levantou e abraçou o colega.
