Bancos dos EUA iniciam temporada de balanços com otimismo; JPMorgan, Goldman Sachs, Citi e Wells Fargo apresentam resultados hoje
JPMorgan, Goldman Sachs, Citi e Wells Fargo apresentam resultados financeiros nesta terça-feira.
Início da Temporada de Resultados dos Bancos Americanos
A temporada de divulgação de resultados dos principais bancos dos Estados Unidos começa nesta terça-feira, 14, com a expectativa de um dos trimestres mais robustos desde 2021 para as áreas de investment banking e trading de Wall Street.
JPMorgan, Goldman Sachs, Citigroup e Wells Fargo apresentarão seus resultados nesta manhã, seguidos por Bank of America e Morgan Stanley na quarta-feira, 15.
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Crescimento em M&A e IPOs
As receitas combinadas de investment banking das cinco maiores instituições devem alcançar US$ 9,1 bilhões no terceiro trimestre, conforme estimativas da Bloomberg. Isso representa um aumento de 13% em relação ao ano anterior e de 50% em comparação aos níveis mais baixos de 2023.
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Esse crescimento reflete a aceleração nas fusões e aquisições (M&A), ofertas públicas iniciais (IPOs) e emissões de dívida, impulsionada por um ambiente regulatório mais flexível durante o governo Trump. A recente compra alavancada de US$ 55 bilhões da Electronic Arts exemplifica essa recuperação.
Jason Goldberg, analista do Barclays, comentou ao Financial Times que o ambiente favorável ao crescimento e as regulações mais brandas estão estimulando esse otimismo no mercado. Ele também destacou que o movimento em torno da inteligência artificial, seja pela necessidade de investimento ou adaptação, está contribuindo para essa aceleração.
Desempenho Consistente em Trading
Além do crescimento em M&A, as divisões de trading continuam a garantir receitas estáveis. As transações em ações e renda fixa devem totalizar cerca de US$ 31 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de aproximadamente 8% em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com analistas da Piper Sandler, a atividade de trading se manteve mais forte do que o esperado, mesmo após a estabilização dos mercados no início do ano. A combinação da recuperação do investment banking com a resiliência no trading deve resultar em um aumento de cerca de 8% no lucro líquido combinado dos seis maiores bancos dos EUA, segundo projeções do Financial Times.
Preocupações com o Crédito ao Consumidor
Apesar do cenário otimista, investidores estarão atentos a possíveis sinais de fragilidade no crédito ao consumidor. Os quatro maiores bancos de varejo — JPMorgan, Bank of America, Wells Fargo e Citi — devem provisionar cerca de US$ 8 bilhões para perdas com empréstimos, um patamar estável em relação ao ano anterior.
O recente colapso da financeira subprime Tricolor, que se especializa em crédito para a compra de automóveis por consumidores de baixa renda, levantou preocupações sobre a saúde financeira de segmentos mais vulneráveis da economia americana. “Haverá um maior escrutínio sobre a qualidade de crédito”, afirmou David George, analista sênior da Baird, ao Financial Times.
Embora o consumo das famílias ainda se mantenha relativamente sólido, analistas observam que as pressões estão aumentando, especialmente entre os lares de baixa renda, à medida que os custos de moradia, energia e alimentação crescem mais rapidamente que os salários.
“Embora o consumo das famílias permaneça relativamente forte, estamos monitorando de perto áreas como a inadimplência em empréstimos estudantis e automotivos”, disse Michael Rose, analista da Raymond James, ao Wall Street Journal. “Essas tendências ainda não são alarmantes, mas podem impactar os resultados se se agravarem.”
Além dessas pressões, analistas alertam que um possível prolongamento do shutdown do governo americano pode agravar as condições financeiras e afetar o desempenho dos bancos no final do ano.
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.