Bancos de investimento: como o valuation define o valor de empresas em fusões e aquisições

Especialista detalha o processo de avaliação de empresas e sua importância crucial em fusões, aquisições e captações de recursos.

15/10/2025 8:04

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(Imagem de reprodução da internet).

O Processo de Valuation nas Fusões e Aberturas de Capital

Antes da divulgação de uma fusão ou da estreia de uma empresa na bolsa, existe um trabalho técnico e discreto nos bastidores: o valuation, que visa determinar o valor econômico de uma empresa. Nos bancos de investimento, essa análise é fundamental para qualquer operação, seja para definir o preço de uma ação, estruturar uma fusão ou atrair novos investidores.

“Sem valuation, o banco de investimento estaria navegando sem bússola”, afirma Giacomo Diniz, professor da EXAME | Saint Paul e especialista em finanças corporativas. “É ele que traduz as expectativas de mercado em números e dá racionalidade às decisões financeiras.”

O Papel dos Bancos de Investimento

Os bancos de investimento são instituições focadas em operações de grande porte, atendendo empresas, fundos e governos. Diferentemente dos bancos de varejo, que oferecem serviços como crédito e contas para pessoas físicas, eles se especializam em transações como emissões de ações, dívidas, fusões e aquisições, além de reestruturações financeiras.

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Em todas essas operações, o valuation é essencial. “O banco de investimento precisa definir o valor justo de um ativo antes de vendê-lo ou comprá-lo. Isso se aplica a uma empresa inteira, um projeto ou mesmo um título de dívida”, explica Diniz. “É um processo técnico que também envolve análise estratégica e um profundo conhecimento do setor.”

Como Funciona o Valuation

O valuation combina dados financeiros, projeções de crescimento e comparações de mercado para estimar o valor de um negócio. Três métodos principais são utilizados pelos bancos de investimento:

  • Fluxo de Caixa Descontado (DCF): O analista projeta os fluxos de caixa futuros da empresa, considerando receita, lucro e investimento. “O DCF revela o valor intrínseco da empresa, baseado em sua capacidade real de gerar caixa”, explica o professor.
  • Múltiplos de Mercado: Nesse método, a empresa é comparada a outras do mesmo setor. É uma abordagem prática, mas deve ser aplicada com cautela, pois nem todas as empresas comparáveis estão no mesmo estágio de maturidade.
  • Transações Precedentes: O banco analisa quanto foi pago em operações semelhantes no passado, ajudando a calibrar as expectativas de preço em fusões e aquisições. “Contudo, os valores passados nem sempre se repetem, cada operação tem seu contexto”, ressalta Diniz.

Interpretação dos Cálculos

Embora envolva fórmulas e projeções, o valuation vai além dos números. “Os modelos são ferramentas. O diferencial está em interpretar o que eles significam”, afirma Diniz. “Dois analistas podem usar o mesmo método e chegar a resultados diferentes, dependendo das premissas adotadas.”

Essas premissas, como taxa de crescimento, custo de capital e risco, transformam o valuation em uma ferramenta estratégica. “Ele ajuda a entender não apenas quanto vale uma empresa, mas o que explica esse valor: se é rentabilidade, potencial de expansão ou posição competitiva”, explica o especialista.

A Importância do Valuation no Mercado

Com a crescente complexidade das operações financeiras, o domínio do valuation se tornou uma habilidade essencial para profissionais de finanças. “Entender valuation é entender a linguagem do mercado”, afirma Diniz. “Isso permite avaliar oportunidades, identificar riscos e argumentar com consistência diante de investidores.”

A EXAME e a Saint Paul Escola de Negócios oferecem um curso de educação executiva em Valuation de Empresas, ministrado por professores reconhecidos e experientes no mercado, como José Marcos Carrera e Giacomo Diniz.

O curso é voltado para um público com conhecimentos básicos em contabilidade, com carga horária de 30 horas, aulas 100% online e ao vivo, com início em novembro e certificado ao final.

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.