Banco Mundial financiará energia nuclear para países em desenvolvimento
A instituição cancelou a restrição de 2013; o presidente defende que a procura por energia elétrica nesses países deve aumentar em 2035.

O Banco Mundial anunciou na quarta-feira (11.jun.2025) a revogação de sua proibição ao financiamento de projetos de energia nuclear em países em desenvolvimento.
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A decisão anunciada pelo presidente do banco, Ajay Banga, responde à demanda crescente por eletricidade e integra uma estratégia abrangente para impulsionar o desenvolvimento sustentável.
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A partir de 2013, o Banco Mundial interrompeu o financiamento de novos projetos nucleares. Em 2017, ampliou essa restrição para abranger também projetos de petróleo e gás em fase inicial, com exceções restritas a projetos de gás em países com menor desenvolvimento econômico.
O gás upstream é uma área da indústria do petróleo e gás que se concentra na exploração, perfuração e produção de gás natural.
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A política atualizada reflete uma abordagem mais flexível, visando auxiliar os países em desenvolvimento a atenderem suas necessidades energéticas e a atingirem metas de desenvolvimento sustentável.
Ajay Banga, que assumiu a presidência do Banco Mundial em junho de 2023, tem defendido a mudança na política energética da instituição.
Ele defende que a procura por eletricidade nos países em desenvolvimento deverá duplicar até 2035, o que implica um crescimento substancial nos investimentos em produção, distribuição e sistemas de armazenamento de energia.
A decisão de rever o financiamento de projetos nucleares gerou divergências entre os membros do conselho do Banco Mundial. Nações como Alemanha, França e Reino Unido manifestaram preocupações, sobretudo em relação ao financiamento de projetos de gás natural em fase inicial.
Contudo, a questão nuclear foi solucionada com relativa facilidade, demonstrando um acordo sobre a relevância de diversificar as fontes de energia para os países em desenvolvimento.
O Banco Mundial cooperará com a IAEA (Agência Internacional de Energia Atômica) para reforçar a habilidade de aconselhamento em relação a salvaguardas contra a proliferação nuclear, segurança e padrões regulatórios.
Ademais, viabilizará iniciativas para prolongar a vida útil dos reatores nucleares existentes e fomentar o desenvolvimento de reatores pequenos modulares.
A nova estratégia contempla o financiamento de projetos de gás natural nas fases de midstream e downstream, sempre que representarem a alternativa mais econômica e compatível com os planos de desenvolvimento dos países.
O banco prosseguirá com a investigação de tecnologias inovadoras, incluindo a captura de carbono e a energia oceânica, e otimizará os procedimentos de análise e validação de projetos.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.