As ações do Banco do Brasil avançavam cerca de 3% nesta segunda-feira (4), em sessão de ajustes, após queda de quase 7% no fechamento da sexta-feira (1º), refletindo preocupações com o desempenho do banco no segundo trimestre.

A queda dos papéis na sexta-feira à tarde coincidiu com a publicação pelo Banco Central de dados de maio referentes às instituições financeiras brasileiras, que evidenciaram um lucro implícito para o BB significativamente inferior ao esperado pelo mercado.

O Banco do Brasil registrou, segundo os números do BC e considerados proxy contábil por analistas, lucro líquido de R$ 516 milhões em maio, em comparação com R$ 3,475 bilhões um ano antes. Em abril, a instituição obteve lucro de R$ 1,735 bilhão.

Os analistas do Safra disseram em relatório, ainda na sexta-feira, que, caso as tendências atuais se mantiverem, o lucro do segundo trimestre deve situar-se entre R$ 3,5 bilhões e R$ 4 bilhões, inferior à projeção de R$ 4,6 bilhões.

As projeções de analistas da LSEG indicam lucro líquido de R$ 5,279 bilhões para o período. O Banco do Brasil divulgará seu balanço no próximo dia 14, após o fechamento do mercado.

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Analistas do BTG Pactual, que divulgaram relatório para o BB na véspera dos dados do BC, reduzindo projeções e mantendo cautela, apontaram que, após os números de maio, suas novas projeções parecem otimistas.

Seria necessário um avanço significativo em junho para compensar essa diferença, o que parece improvável, sobretudo considerando a persistente deterioração da inadimplência no setor agrícola, disseram.

Ao multiplicar os números de abril e maio por 1,5 vez e ajustar pelas diferenças entre os dados do BC e os números reportados, estimamos um lucro de R$ 3,35 bilhões para o BB no segundo trimestre, 24% abaixo da nossa projeção.

A equipe do BTG estimou que, ao anualizar a estimativa de lucro do segundo trimestre juntamente com os números já divulgados no primeiro trimestre, o BB provavelmente apresentará um ROE (retorno sobre o patrimônio) abaixo de 10% em 2025.

Em 31 de julho, o BTG reduziu o preço-alvo das ações de R$ 30 para R$ 24, mantendo a recomendação neutra. A projeção do lucro para 2025 foi revisada de R$29,407 bilhões para R$ 23,462 bilhões, com a expectativa de ROE diminuindo de 15,6% para 12,5%.

Por volta das 12h15, as ações do BB apresentavam alta de 2,62%, cotadas a R$ 18,83, destacando-se entre os melhores desempenhos do Ibovespa, que avançava 0,64%. No auge do pregão, os papéis chegaram a R$ 19,02 (+3,65%). Em relação ao ano, contudo, ainda registram perda de aproximadamente 19%.

As tendências desafiadoras para o Banco do Brasil intensificaram as análises do Bradesco BBI sobre os dados do BC em relatório aos clientes no final da semana passada, considerando que se trata de um indicador que pode apresentar revisões.

O Brasil ocupa a segunda maior taxa de juros reais do mundo, após o aumento da taxa Selic.

Fonte por: CNN Brasil