Banco Central reduz a taxa básica de juros pela terceira vez, mas expectativa de novos cortes diminui
Analistas preveem que o ciclo de elevação das taxas de juros está próximo de terminar, ou que a taxa permanecerá em 15% por um período prolongado.

O mercado financeiro se uniu após o anúncio da decisão do Comitê de Política Monetária ( Copom ) de elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, que deve ser tomada nesta quarta-feira (18).
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Duas conclusões se mostraram mais consensuais nas primeiras análises de economistas no pós-Copom. A primeira é que, a menos que ocorra uma grande surpresa nas próximas semanas, o ciclo de alta dos juros chegou ao fim.
A expectativa é que a taxa permaneça nos 15% por um período prolongado, com baixa probabilidade de redução das taxas de juros em 2024.
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Mercado aposta em Selic em 15% até o fim de 2025 após decisão do Copom
As expectativas mais otimistas em relação ao afrouxamento da política monetária se concentram no primeiro trimestre de 2026 ou até mesmo em dezembro, na última reunião do Copom deste ano. Contudo, bancos que atuam com este cenário, como o Citi e o Bradesco, apresentaram menor confiança após a leitura de um comunicado em que o Copom sinalizou uma postura mais firme, ou hawkish, no vocabulário do mercado.
Ademais de elevar as taxas de juros, o que não era antecipado por muitos, considerando uma divergência nas expectativas, o comitê comunicou que, para garantir a convergência da inflação à meta, ele pretende manter as taxas elevadas por um período “suficientemente” extenso.
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Após a reunião anterior, concluída em 7 de maio, a avaliação do câmbio trouxe um alívio às projeções de inflação do mercado, porém não levou o Banco Central (BC) a alterar seu cenário para o IPCA no horizonte relevante da política monetária.
A projeção indica uma inflação de 3,6% no final do próximo ano, ainda acima do objetivo principal de 3%.
Mesmo ao indicar que o ciclo de aumento das taxas de juros encerga se a situação permanecer dentro do previsto até a próxima reunião, que ocorrerá nos dias 29 e 30 de julho, o comitê adotou a cautela de não descartar a possibilidade de alterar sua decisão, caso seja considerado necessário.
O Comitê ressalta que manterá vigilância, que os próximos passos da política monetária podem ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso considere adequado.
Para o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, a mensagem é que o esforço para alcançar a meta de inflação exigirá a manutenção da taxa Selic em 15%, o patamar mais elevado desde julho de 2006, por um período prolongado.
Lima prevê, talvez, algum início de retração no segundo trimestre ou ao longo do segundo semestre de 2026. É claro que, se houver uma revisão das expectativas, isso auxilia o trabalho do Banco Central.
O Citi, em seu relatório, estima que o ciclo de redução das taxas de juros possa iniciar somente no segundo trimestre do próximo ano, ainda que o banco não tenha alterado a projeção de flexibilização até março.
Aguardamos a ata do encontro e o relatório de política monetária do segundo trimestre [publicações do BC] antes de ajustar nosso cenário. Contudo, já indicamos antecipadamente que a probabilidade de o Copom cortar os juros no primeiro trimestre de 2026, que é nossa previsão atual, diminuiu.
O Bradesco reiterou a expectativa de redução da taxa Selic em dezembro, com o encerramento do ano em 14,5%. Contudo, os economistas do banco irão revisar o cenário nos próximos dias.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ana Carolina Braga
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.