Banco Central projeta que a inflação retorne à meta no primeiro trimestre de 2026

O conselho monetário emitiu a segunda carta em 2025; caso não atenda ao prazo determinado, deverá elaborar uma nova carta. Leia no Poder360.

10/07/2025 19:21

2 min de leitura

Cerimonia de comemoração dos 60 anos do Banco Central. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que esta 4ª feira (2.abr.2025) é “particular” e deixa todo mundo “apreensivo”. O comentário foi feito no “Dia da Libertação”, data em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano), anuncia tarifas comerciais contra países.O evento teve participação de ex-presidentes da autoridade monetária, como Gustavo Franco, Gustavo Loyola, Pedro Malan, Wadico Bucchi, Alexandre Tombini, Armínio Fraga, Henrique Meirelles, Ilan Goldfajn e Roberto Campos Neto. | Sérgio Lima/Poder360 - 02.abr.2025
Cerimonia de comemoração dos 60 anos do Banco Central. O ministr...

O Banco Central divulgou a carta, detalhando as razões para o não cumprimento da meta de inflação. Informou que a taxa anualizada do IPCA retornará ao intervalo de tolerância no primeiro trimestre de 2026. A íntegra (PDF – 158 kB) está disponível.

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A inflação anualizada representa a taxa acumulada em 12 meses. O Banco Central espera que a taxa de inflação acumulada em doze meses, medida pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), retorne aos limites estabelecidos no intervalo de tolerância a partir do final do primeiro trimestre de 2026.

O Banco Central afirmou que a avaliação de que a inflação retornará para a meta no início do próximo ano está em linha com as projeções do cenário de referência apresentado no Relatório de Política Monetária de junho de 2025.

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O documento é assinado pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo. Trata-se de uma carta aberta que tem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como destinatário.

O encarregado da gestão econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o presidente do CMN (Conselho Monetário Nacional). O colegiado é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional, sendo responsável pela formulação da política da moeda e do crédito.

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A carta apresenta os fundamentos da não realização da meta. Entre eles:

A atividade econômica surpreendeu positivamente, com o crescimento do PIB acima do esperado e o mercado de trabalho bastante aquecido, refletindo o aumento do consumo das famílias e do investimento.

Meta de inflação

A meta contínua de inflação passou a vigorar a partir de 2025. Segundo a nova regra, o Banco Central deverá adotar medidas para assegurar que a taxa acumulada em 12 meses do IPCA não se desvie do intervalo estabelecido pela meta por mais de seis meses consecutivos.

Até 2024, a meta de inflação era definida e avaliada anualmente. Assim, se a inflação excedesse o limite estabelecido em dezembro, o Banco Central estaria em descumprimento da regra do CMN (Conselho Monetário Nacional).

A inflação acumulada em 12 meses estava há 9 meses acima de 4,5%, que é o teto da meta, mas a nova regra de meta contínua de inflação começou a valer somente em 2025. A última vez que a inflação ficou abaixo de 4,5% no cálculo anualizado foi em setembro de 2024, quando atingiu 4,42%.

Neste ano, a medição da inflação cedeu lugar a outra metodologia, abandonando o período anual.

Em visita à Câmara na 4ª feira (9.jul.2025), o presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou que a autoridade monetária não se desviará “um milímetro” do mandato de inflação.

Com base nas projeções mais recentes do Banco Central, a inflação retornará para a meta estabelecida no primeiro trimestre de 2026. As estimativas foram elaboradas considerando as expectativas dos agentes financeiros em relação à taxa Selic e à taxa de câmbio.

Atenção: O Banco Central divulga comunicado sobre o mercado financeiro.

O Banco Central deverá publicar uma justificativa para eventuais falhas no cumprimento da meta de inflação. Esse documento deverá:

Fonte por: Poder 360

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.