A Portugal designou, na quinta-feira (24), Álvaro Santos Pereira, economista-chefe da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), como o próximo governador do banco central, substituindo Mário Centeno, que abandona o cargo após um único período à frente da instituição.

O anúncio de nomear Santos Pereira, que exerceu o cargo de ministro da Economia em um governo de centro-direita entre 2011 e 2013, durante o período da crise da dívida e do programa de austeridade imposto por um resgate internacional, foi feito pelo ministro da Casa Civil, Antonio Leitão Amaro, após uma reunião semanal do gabinete.

O candidato deverá passar por interrogatório de uma comissão parlamentar — que não tem poder para bloquear a indicação — antes que o governo possa nomeá-lo oficialmente. O momento para isso não é claro, já que o Parlamento está em recessão de verão.

É frequente que diretores de órgãos reguladores em Portugal permaneçam no cargo por meses após o fim de seus mandatos.

Centeno, que contava com a possibilidade de um segundo mandato, tem sido alvo de críticas constantes da direita política, atualmente no poder, por ter transitado de sua função como ministro das Finanças em um governo socialista anterior para a direção do banco central em 2020, uma ação que, na visão de seus opositores, comprometeu a autonomia da instituição.

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O ex-presidente do Eurogrupo, Centeno, é considerado um dos responsáveis pela formulação da política monetária do Banco Central Europeu, que defendia uma postura mais flexível.

O economista-chefe da OCDE, Santos Pereira, de 53 anos, foi responsável por desenvolver estratégias para que o grupo de 38 países desenvolvidos e seus parceiros impulsionassem o crescimento econômico de longo prazo.

Ele é a melhor escolha porque é independente. Ele não vem do Banco de Portugal ou do governo. Ele trabalhou no governo, mas isso foi há mais de uma década; ele não pertence a nenhum partido político, dessa forma, garantimos a independência (do banco central), disse Leitão Amaro.

Ele, atuando como ministro, contribuiu para a criação de reformas no mercado de trabalho e nas leis de concorrência, sendo sua proposta mais notória a de transformar os típicos pastéis de nata de Portugal em uma franquia internacional, visando estimular as exportações, o que foi posteriormente adotado por diversas empresas, mesmo após ter sido inicialmente alvo de críticas.

Santos Pereira é reconhecido por sua comunicação direta e prática, tendo afirmado a repórteres em diversas ocasiões que preferia ser chamado pelo primeiro nome, em vez de “ministro”.

Possuindo dupla nacionalidade, portuguesa e canadense, possui doutorado em economia pela Universidade Simon Fraser, do Canadá, onde também lecionou.

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Fonte por: CNN Brasil