Banco Central intensifica medidas de segurança do Pix com novas normas a partir de outubro

O Banco Central comunicou novas medidas de segurança no Pix, com implementação prevista para outubro de 2025.

As alterações estão focadas no Mecanismo Especial de Devolução (MED) e visam agilizar a recuperação de valores em situações de fraudes.

O anúncio se segue a notícias de um desvio superior a R$ 600 milhões envolvendo instituições financeiras.

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Conforme o especialista em fraudes digitais Renato Cunha, o incidente não comprometeu a estrutura do Pix. “O que ocorreu foi um ataque a uma empresa que conecta bancos ao Banco Central. O alvo eram reservas financeiras de instituições, não contas de clientes. Bancos como HSBC e Arta foram afetados, mas os usuários não tiveram seus dados expostos”, afirmou.

As contas dos usuários não foram afetadas.

Cunha ressalta que o sistema continua seguro para transferências diárias. “A sua conta bancária e o uso do Pix mantêm-se confiáveis. O que esse evento demonstra é que intermediários precisam aprimorar seus protocolos de segurança, uma vez que ataques semelhantes devem persistir”, afirmou.

Novas funcionalidades do MED

A primeira modificação será a ativação simplificada do MED. Os aplicativos de bancos deverão oferecer um botão para que vítimas de golpes acionem o mecanismo de forma imediata, sem depender do atendimento humano inicial.

A próxima alteração envolverá o monitoramento contínuo do fluxo financeiro. Atualmente, o MED apenas verifica o saldo na conta de destino. Com a nova regra, os recursos serão rastreados em todas as contas pelas quais passarem, elevando as possibilidades de recuperação, mesmo em casos em que criminosos tentam dispersar valores.

Fraudes em ascensão.

Cunha afirmou que as alterações reforçam a proteção do consumidor. “O usuário terá ferramentas mais eficazes para recuperar seu dinheiro em situações de fraude”, ressaltou.

Os números intensificam a preocupação. O 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública evidenciou quatro golpes de estelionato por minuto em 2024, aumento de 408% desde 2018. Uma pesquisa do DataSenado revelou que 24% dos brasileiros já foram vítimas, o que corresponde a 40 milhões de pessoas.

A Serasa Experian estima um prejuízo médio de R$ 2.288 por vítima, sendo que quatro em cada dez brasileiros já sofreram alguma fraude.

Fonte por: Carta Capital