Banco Central Europeu Anuncia Cronograma para Euro Digital
No último sábado (13), Piero Cipollone, membro da diretoria executiva do Banco Central Europeu (BCE), apresentou o cronograma para a implementação do euro digital, com previsão de lançamento efetivo em 2029. Durante um evento, o executivo destacou que, se a legislação necessária for aprovada até o final de 2026, a infraestrutura técnica será desenvolvida no primeiro semestre de 2027, permitindo o início da fase de testes em setembro desse ano.
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Cipollone também mencionou que não comentaria sobre taxas de juros ou política monetária, em respeito ao período de silêncio que antecede a próxima reunião do comitê diretivo do BCE, agendada para quinta-feira (18). Em relação à arquitetura do sistema, ele garantiu que o BCE não terá acesso aos dados pessoais dos cidadãos, afastando preocupações sobre vigilância estatal.
Segurança e Custos do Euro Digital
O diretor explicou que as informações processadas pelo Banco Central serão criptografadas, impossibilitando a vinculação de pagamentos a indivíduos específicos. A responsabilidade pela gestão dos dados dos clientes e pelo controle contra lavagem de dinheiro ficará a cargo dos bancos comerciais, que atuarão como intermediários na distribuição da moeda digital.
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Sobre os custos de implementação do projeto, Cipollone informou que o investimento total será de 1,2 bilhão de euros, que a autoridade monetária espera recuperar através da senhoriagem gerada pela emissão da moeda. Para o sistema bancário europeu, o custo total deve variar entre 4 e 6 bilhões de euros, distribuídos ao longo de quatro a cinco anos.
Vantagens Econômicas e Acumulação de Ouro
O impacto financeiro para as instituições será equivalente a cerca de 3,5% dos gastos anuais do setor com tecnologia da informação, um valor considerado gerenciável. Uma das principais vantagens do euro digital será a eliminação das taxas de bandeira nas transações, um custo significativo atualmente nas operações com cartões internacionais.
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A legislação em discussão prevê que essa economia seja repassada, pelo menos em parte, aos comerciantes, beneficiando especialmente os pequenos negócios.
Além do euro digital, Cipollone comentou sobre a crescente acumulação de ouro por bancos centrais. Ele observou que as compras anuais do metal precioso aumentaram de uma média histórica de 400 a 600 toneladas para cerca de 1.000 toneladas nos últimos três anos.
Esse movimento, segundo ele, reflete a busca das autoridades monetárias por uma reserva de valor segura contra a inflação e riscos financeiros, complementando a credibilidade das moedas fiduciárias em tempos de incerteza global.
