Banco Central e Governo Disputam Meta de Inflação de 3% em 2025

Banco Central e Governo se enfrentam pela meta de inflação! Galípolo defende “comando legal” do CMN, enquanto Haddad critica juros reais. Copom aumenta Selic para 15% – será? Críticas e pressões sobre Galípolo, que enfrenta questionamentos sobre o cumprimento da meta de inflação

12/11/2025 11:59

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(Imagem de reprodução da internet).

Banco Central e Pressões sobre a Meta de Inflação

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, defendeu nesta quarta-feira (12.nov.2025) que o governo federal estabeleceu um “comando legal” para a autoridade monetária buscar a inflação em 3%. Essa definição é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se manifestou sobre o tema, expressando suas opiniões.

Divergências sobre Juros Reais

Para o chefe da equipe econômica do PT, os juros reais – que consideram a inflação – próximos de 10% são considerados insustentáveis. Galípolo, por sua vez, ressaltou que o Banco Central segue o “comando legal” do CMN, um órgão composto pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo (indicado por Lula), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.

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Relação entre Galípolo e Haddad

Galípolo afirmou ter uma “proximidade muito grande” com Haddad, descrevendo-o como “querido” e “amigo”. Ele defendeu que o ministro tem legitimidade para comentar sobre política monetária, assim como outros segmentos da sociedade. “Todo mundo pode brigar com o Banco Central.

O Banco Central que não pode brigar com os dados”, declarou Galípolo.

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Desempenho da Meta de Inflação em 2025

Galípolo declarou que, até o mês de novembro, nenhum dos 11 meses de 2025 ficou dentro do intervalo permitido pela meta de inflação. “Nós estamos no mês 11 (novembro). Nesses 11 meses, não teve nenhum mês que nós estivemos dentro da meta. Todos esses 11 meses nós estivemos fora da meta”, afirmou.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na terça-feira (11.nov.2025) que a inflação acumulada em 12 meses ficou em 0,16%, enquanto o mercado projetava uma mediana de 0,16%.

Decisão do Copom e Projeções

O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou na quarta-feira (5.nov.2025) um aumento na taxa Selic para 15% ao ano, e que a taxa permanecerá nesse patamar por tempo indeterminado. O Poder360 mostrou na terça-feira (11.nov.2025) que parte dos economistas passaram a projetar que Galípolo cumprirá apenas 2/3 de seu mandato sem atingir a meta de 3%.

Ele permanecerá no cargo até fevereiro de 2027.

Pressões Governamentais e Perspectivas

Em julho, o Banco Central anunciou que a inflação estava em trajetória de desaceleração. Haddad havia dito acreditar que a taxa Selic ficaria dentro do patamar permitido já em dezembro deste ano. O governo (PT) tem pressionado o Banco Central de Galípolo em relação às taxas de juros.

A ministra das Relações Institucionais, Marina Silva, declarou que a decisão de quarta-feira (5.nov.2025) é aos investimentos produtivos. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Wellington Dias (PSB), disse que espera que haja uma redução da taxa básica, a Selic, na próxima reunião, em dezembro.

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.