Banco Central e China: Galípolo prevê ‘deflação’ e mantém foco na Selic em 2026

Banco Central alerta para déficit em transações correntes e defende política restritiva. Gabriel Galípolo destaca “exportação de desinflação” da China.

01/12/2025 11:15

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(Imagem de reprodução da internet).

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, comentou sobre a situação das transações correntes do Brasil em uma participação no “XP Fórum Político & Macro 2025”, realizado em São Paulo. Galípolo destacou que o déficit nessas transações, que atingiu um valor de US$ 57,3 bilhões em outubro de 2024 (equivalente a 2,57% do PIB), é um sinal de que a economia brasileira continua resiliente, impulsionada pelas importações, principalmente da China.

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Crescimento das Importações e Desinflação da China

O executivo do Banco Central observou um aumento significativo na quantidade de itens importados da China, acompanhado de uma redução intensa nos preços. Segundo Galípolo, essa dinâmica indica que a China está “exportando desinflação” ou “deflação” para o Brasil, o que pode amenizar o impacto do déficit nas transações correntes e, consequentemente, na inflação.

Ele mencionou que, durante a Black Friday, o Pix processou 297 milhões de operações em um único dia, com recordes de compras em plataformas que importam produtos chineses.

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Política Monetária e Taxa Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá em março de 2026 para definir o patamar da taxa Selic, que atualmente está em 15% ao ano. O Copom manteve a taxa estável, sinalizando que ela permanecerá nesse nível por um período.

A Selic é uma ferramenta utilizada para controlar a inflação, que, até setembro de 2024, havia ultrapassado o limite de tolerância de 4,5% (medido pelo IPCA). As projeções indicam que a inflação permanecerá acima do limite, com uma estimativa de 4,17% para 2026.

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Projeções de Inflação e o Papel do Banco Central

Galípolo defende que o Banco Central deve manter uma política monetária restritiva, com uma meta de inflação de 3%. O objetivo é garantir a estabilidade de preços e evitar que a inflação se descontrole, o que poderia prejudicar o crescimento econômico do país.

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.