Ex-presidente do Banco Central afirma ter subestimado o papel do Legislativo em seu mandato.
O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou que um dos conselhos que daria a si mesmo ao assumir o cargo em 2019 seria “se aproximar mais do Congresso ”.
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No Brasil, tudo é lei e todas as mudanças que passam pelo Banco Central, de uma forma ou de outra, não todas, mas grande parte, acabam virando projetos de lei. “Quando eu vim para o Banco Central, não era isso que eu tinha sido informado”, disse em entrevista no podcast Conversas Presidenciais, com o atual presidente do BC, Gabriel Galípolo.
Campos Neto acredita que subestimou a complexidade de executar projetos sem o suporte político e institucional adequado.
Adicionalmente, afirmou não antecipar a necessidade de se relacionar com o STF (Supremo Tribunal Federal), porém considerou que isso se revelou “super relevante” no processo que culminou na autonomia formal do Banco Central.
O Banco Central também destacou a pressão crescente das criptomoedas e das finanças descentralizadas (DeFi) sobre o sistema bancário tradicional.
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“Eu gostaria de ter acompanhado um Open Finance mais participativo, com um marketplace, onde as pessoas pudessem ter acesso a todos os seus dados bancários”, declarou. Também mencionou que almejava ter progredido com o Drex em sua administração.
A declaração reforça um ponto no debate econômico atual: a necessidade de articulação política para implementar medidas estruturais, como as mudanças no Imposto sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Galípolo já argumentou que o IOF não é destinado à arrecadação. Segundo ele, pode ser uma ferramenta regulatória, principalmente no crédito. Defendeu que utilizá-lo para corrigir distorções é legítimo, mas exige atenção ao nível da alíquota.
A Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira (11.jun) por dar andamento urgente ao Projeto de Decreto Legislativo que revoga o decreto que elevou o imposto, após a insatisfação.
O Executivo pretende taxar investimentos atualmente isentos, incluindo a Letra de Crédito do Agronegócio e a Letra de Crédito Imobiliário.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.