Banco Central avalia que o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não incide apenas sobre grandes fortunas e sua elevação contribui para elevar os custos de produção
Ex-presidente do Banco Central considera que a esquerda prioriza a igualdade em detrimento da redução da pobreza.

O ex-presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, avaliou que o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) não é um tributo para ricos e seu aumento pode elevar os custos em toda a cadeia produtiva.
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Não é verdade que [o IOF] seja um imposto para ricos. Essa afirmação não resiste a uma simples contagem do aumento no custo para uma operação de crédito pequena. Impacta toda a cadeia e encarece e distorce o processo produtivo.
O Banco Central nomeou Gabriel Galipólo para o cargo de chefe, em 1º de janeiro deste ano. Após completar o período de quarentena obrigatória, ele assumiu o cargo de vice-presidente do Conselho de Administração e Chefe Global de Políticas Públicas do Nubank, no último dia 1º.
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Campos Neto, durante a conversa com a Folha, classificou o IOF como um imposto “muito ruim”.
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Não se pode afirmar que o aumento do crédito é para o setor de cima. Importante ressaltar que a partir de agora serei uma pessoa do setor privado, declarou.
Na última sexta-feira (4), a crise do IOF teve um novo desdobramento. O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), interrompeu as ações do Executivo e do Legislativo relativas ao aumento do imposto e promoveu uma reunião de mediação entre os Poderes.
Ela demonstra uma obsessão com a desigualdade.
Campos Neto avalia que existe uma tendência mais à direita na América Latina.
Há algo sintomático dos regimes de esquerda no mundo, que está sendo questionado. Acredito fortemente no axioma que diz que, quando o governo cresce, a liberdade da sociedade diminui. As ideologias de esquerda têm uma obsessão com igualdade e não com a diminuição da pobreza, analisou o ex-chefe do BC.
A igualdade não sendo um fenômeno natural, o governo se apresenta como necessário para sanar essa questão.
Eleições 2026
O Banco Central afirmou não poder apoiar uma possível candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, à Presidência da República em 2026.
“Recentemente me cadastrei no Nubank. Nos últimos dois anos, alegaram que eu faria diversos trabalhos, como senador, governador, ministro, moraria no exterior, sem que eu me preocupasse com o Brasil, o que, inclusive, não é verdade. Sempre disse a mesma coisa. Meu interesse é em finanças e tecnologia.”
Tarcísio tem afirmado consistentemente que concorreria à eleição para governador. A fim de finalizar essa discussão, visto que estou me afastando do setor privado, a declaração já foi feita, afirmou.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.