Balanços dos bancões revelam saúde da economia dos EUA, mas executivos permanecem cautelosos
Resultados históricos destacam a força da economia americana, mas executivos permanecem cautelosos devido à inflação persistente e incertezas globais.
Resultados otimistas dos grandes bancos dos EUA
A nova safra de resultados dos principais bancos dos Estados Unidos é marcada pelo otimismo. A temporada, que teve início nesta semana, apresentou números que superaram as expectativas para instituições como Morgan Stanley, Bank of America (BofA), Citigroup, Goldman Sachs, JPMorgan e Wells Fargo. Os balanços revelaram recordes e surpresas positivas.
Além do desempenho das ações, os resultados oferecem uma visão mais ampla sobre a economia americana. William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, destaca um indicador importante: as provisões para devedores duvidosos (PDD), que refletem quanto os bancos reservam para possíveis calotes e servem como um termômetro da confiança no futuro.
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Provisões e confiança no futuro
Alves explica que, em momentos de receio de recessão ou aumento da inadimplência, os bancos costumam aumentar essas provisões. No entanto, a maioria dos bancos reduziu a PDD, e aqueles que aumentaram, o fizeram de forma marginal. Isso sugere que as instituições não veem uma recessão iminente.
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“Os bancos americanos estão olhando para frente e não percebem um cenário econômico negativo, mesmo com as tarifas. Eles não estão se preparando para o pior”, afirma Alves.
Cautela em meio a incertezas
Apesar do otimismo, os executivos permanecem atentos aos riscos e adotam um tom cauteloso. Charlie Scharf, CEO do Wells Fargo, enfatizou a importância da eficiência e gestão de riscos, ressaltando que a qualidade do crédito continua forte, mas requer monitoramento constante.
David Solomon, do Goldman Sachs, expressou um “otimismo cauteloso” em relação à recuperação das operações de investment banking, reconhecendo que o ambiente macroeconômico ainda é desafiador. Brian Moynihan, do Bank of America, elogiou a solidez do consumidor americano, mas admitiu a possibilidade de uma leve recessão.
Dualidade nas declarações dos executivos
Nickolas Lobo, especialista em investimentos da Nomad, observa uma dualidade nas falas dos executivos. Eles reconhecem a força do consumidor, mas também expressam preocupações com a inflação persistente e as tensões geopolíticas. Embora a inadimplência esteja baixa, há um consenso de que ela deve se normalizar nos próximos trimestres.
Lucros dos grandes bancos
Os números são expressivos. O Morgan Stanley teve um lucro de US$ 4,6 bilhões no trimestre encerrado em setembro, um aumento de 44% em relação ao ano anterior. O BofA registrou US$ 8,5 bilhões (alta de 23%), o Citigroup US$ 3,8 bilhões (16%), o Goldman Sachs US$ 4,1 bilhões (37%), o JPMorgan US$ 14,4 bilhões (12%) e o Wells Fargo US$ 5,59 bilhões (9,3%).
Segundo Lobo, os resultados foram impulsionados principalmente pelas divisões de varejo. A resiliência do consumidor se reflete nos números: o Wells Fargo teve um aumento de 13% na receita de cartões de crédito, enquanto o Bank of America reportou crescimento de 9,1% na receita líquida de juros.
Sinais de recuperação nas áreas de atacado
Nas áreas de atacado, surgiram sinais de recuperação após meses de fraqueza. O aumento nas operações de fusões e aquisições impulsionou as receitas de investment banking, com destaque para o crescimento de 43% no BofA. As mesas de trading de JPMorgan e Goldman Sachs continuaram se beneficiando da volatilidade dos mercados, enquanto o segmento de wealth management manteve sua trajetória de expansão.
Autor(a):
Lucas Almeida
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.