Cerveja Backer: Um Caso que Marcou a História da Indústria Cervejeira Brasileira em 2025
Em 2025, a história da indústria cervejeira brasileira ainda ecoa com as consequências de um episódio que chocou o país: a contaminação da cerveja Belorizontina pela substância tóxica dietilenoglicol. O caso, que envolveu a Cervejaria Backer, fundada em 1999 pela Cervejaria Três Lobos em Belo Horizonte, revelou falhas graves na segurança e fiscalização do setor, gerando perdas irreparáveis para a empresa e um trauma para as vítimas e seus familiares.
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A Descoberta e as Consequências Imediatas
Em janeiro de 2020, análises conduzidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmaram a presença de monoetilenoglicol e dietilenoglicol em 21 lotes de cervejas da marca Backer. Essas substâncias, reconhecidas por sua alta toxicidade, podem causar danos neurológicos e renais graves, além de levar à morte.
Diante da gravidade da situação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) determinou a interdição de todos os rótulos da cerveja Backer com data de validade igual ou posterior a agosto daquele ano.
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Investigações e Denúncias
As investigações, que contaram com o apoio da Polícia Civil e da Vigilância Sanitária, revelaram que a contaminação ocorreu devido a um defeito de fabricação. Os sócios-proprietários da cervejaria, além de sete engenheiros e técnicos responsáveis pela produção, foram denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais por crimes relacionados à venda de produto adulterado e pela omissão na comunicação dos riscos às autoridades.
A denúncia citou os artigos 272 do Código Penal e 64 do Código de Defesa do Consumidor.
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A Reação da Empresa e o Impacto nas Vítimas
A Cervejaria Backer, por meio de nota, afirmou que cumpriria todas as determinações da ANVISA, mas negou o uso de dietilenoglicol em seu processo de fabricação. A diretora de marketing da empresa, Paula Lebbos, fez um apelo à população para que não consumisse os produtos investigados.
A empresa divulgou um comunicado oficial, na íntegra, oferecendo apoio às vítimas e colaborando com as investigações.
O Retorno da Produção e o Futuro da Marca
Em abril de 2022, após mais de dois anos de investigações e fiscalizações rigorosas, a Cervejaria Três Lobos recebeu autorização para retomar a produção de bebidas. A permissão incluiu exigências técnicas severas e visava garantir a segurança dos produtos.
No entanto, a cerveja Belorizontina permaneceu fora de circulação e não voltou a integrar o portfólio da marca. Até 2025, a Backer continua formalmente ativa no mercado brasileiro, com operação reduzida e catálogo restrito.
Situação Atual e Perspectivas
Em janeiro deste ano, o Ministério Público de Minas Gerais ainda não foi formalmente notificado e poderá recorrer da decisão, buscando reverter a absolvição nas instâncias superiores. A situação das vítimas e seus familiares permanece delicada, com limitações físicas e o luto.
O caso marcou profundamente o setor, reforçando a importância da fiscalização sanitária e da transparência na cadeia de alimentos e bebidas. A atuação da ANVISA se consolidou como decisiva para impedir que produtos com risco fatal continuassem chegando ao consumidor brasileiro.
Conclusão: Um Legado de Aprendizado e Responsabilidade
O caso da cerveja Backer serve como um alerta constante para a indústria e para os consumidores. A segurança alimentar e a saúde pública dependem de rigorosas medidas de controle e fiscalização, além da responsabilidade de cada empresa na produção e comercialização de alimentos e bebidas.
A história da Backer, apesar de trágica, representa um legado de aprendizado e um reforço da importância da responsabilidade em um setor essencial para a economia e o bem-estar da sociedade brasileira.
