Aumento de tarifas causa impactos em setores chave do Brasil

Com as taxas de 50% em aplicação, exportadores de produtos como café e madeira encontram-se entre os mais impactados.

11/08/2025 10:19

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Aumento de tarifas causa impactos em setores chave do Brasil
(Imagem de reprodução da internet).

A taxa tarifária de Donald Trump está em vigor, porém os impactos da medida são sentidos apenas por alguns segmentos de exportadores do país.

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Aproximadamente 55,4% das exportações ainda enfrentam o limite tarifário estabelecido pelos Estados Unidos, conforme projeções do Mdic (do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).

Diversos produtos serão sujeitos a tarifação, incluindo algumas das principais exportações do Brasil para os Estados Unidos.

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Café

O setor cafeeiro projeta significativas perdas decorrentes da taxação do produto, considerando que o Brasil lidera as exportações de café para os Estados Unidos, respondendo por cerca de 35% do consumo de café no território americano.

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Os Estados Unidos foram o principal destino do café não torrado brasileiro, importando 16,7% do total vendido, correspondendo a US$ 1,9 bilhão.

O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, projetou uma queda de R$ 1 bilhão nas vendas do produto apenas no estado mineiro.

Contudo, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, já abriu a via de que o grão seja incluído em uma possível rodada de isenções.

Madeira

A madeira representa outro produto que sofreu forte influência das políticas tarifárias de Trump. Em 2024, os exportadores do produto movimentaram aproximadamente US$ 1,6 bilhão no mercado americano.

A produção corresponde a uma dependência do mercado norte-americano, que absorve cerca de 50% da produção nacional.

Ainda na nota divulgada pela associação em 18 de julho, o setor estaria enfrentando o início de um colapso com a tarifização.

Os impactos nos madeireiros já haviam sido sentidos no último mês, com empresas sendo obrigadas a optar por férias coletivas forçadas, na tentativa de obter tempo e preservar empregos, enquanto outras estão planejando desligamentos, de acordo com a Abimci.

Carne

As carnes também não ficaram isentas da taxação de Trump. A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), que representa empresas como a JBS e Marfrig, projeta perdas de US$ 1 bilhão com as novas tarifas de 50%.

Os Estados Unidos representam o segundo maior mercado de destino das exportações de carne bovina do Brasil, logo após a China.

De acordo com Roberto Perosa, diretor da Abiec, a previsão das empresas brasileiras era comercializar aproximadamente 400.000 toneladas de carne até o término do ano para os Estados Unidos, o que se tornou “impossível” diante da alíquota tarifária aplicada.

As indústrias frigoríficas brasileiras exportaram aproximadamente 181 mil toneladas de carne bovina, no valor de 1 bilhão de dólares, para os Estados Unidos no primeiro semestre do ano, conforme dados comerciais. Isso representa cerca de 12% do total de exportações de carne bovina do país.

Peixes

O setor de peixes é um dos mais impactados pela política tarifária de Trump. Segundo Eduardo Lobo, da Abipesc (Associação Brasileira das Indústrias de Peixes), 70% das exportações do setor são direcionadas ao mercado americano.

O Brasil continua com a carência de opções comerciais no setor, em razão do embargo às exportações de peixes para a União Europeia, vigente desde 2017.

As empresas exportadoras estimavam um volume de vendas totais no mercado internacional na ordem de US$ 600 milhões, com US$ 350 milhões destinados à venda para os Estados Unidos.

Frutas

Os Estados Unidos representaram 7% do volume total de frutas exportadas pelo Brasil em 2024, conforme dados da Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados).

Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas, afirmou que o envio de produtos para o mercado interno atingiria uma dimensão tão grande que causaria o colapso do mercado.

O presidente também destaca que produtores estão preparando lotes diferenciados para venda aos Estados Unidos: de agosto a outubro, por exemplo, produtores de manga do Nordeste colhem frutos destinados especificamente ao mercado americano.

“Estamos bastante preocupados em atingir diretamente os produtores do Vale do São Francisco, temos a safra da manga para os Estados Unidos, uma safra planejada por 6 meses”, conta Coelho.

Equipamentos de construção civil

Em 2024, mais de metade (52,2%) das exportações de equipamentos de construção civil brasileiros foram direcionadas aos Estados Unidos, representando um valor total de US$ 1,5 bilhão para o setor.

O presidente executivo da Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos) alertou que as tarifas podem tornar os equipamentos brasileiros menos competitivos tanto nos EUA, devido ao aumento dos preços, quanto pelo deslocamento para mercados alternativos de outros países exportadores, como China, Japão, Coreia do Sul e outras nações da Europa.

Fonte por: CNN Brasil

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