Áudio com vazamento interfere na audiência de um dos irmãos Menendez
A divulgação da gravação desestimulou familiares a depor.

A divulgação repentina do áudio da audiência de liberdade condicional de Erik Menendez na semana passada quase comprometeu os procedimentos de sexta-feira (22) do irmão, Lyle, e irritou membros da família — que questionaram o impacto da gravação no resultado e como foi divulgada.
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A reunião agitada encerrou-se com a Comissão de Liberdade Condicional da Califórnia recusando a soltura de Lyle, um dia após negar a do irmão, um revés doloroso para ambos após dois anos de luta pela liberdade. Eles foram condenados pelo homicídio dos pais em 1989 em sua residência em Beverly Hills.
Durante a audiência de sexta-feira (22) de Lyle Menendez, a afiliada da CNN, ABC7, divulgou de forma inesperada uma gravação de áudio da sessão de dez horas do conselho de liberdade condicional de Erik, ocorrida no dia anterior, obtida por meio de um pedido de registros públicos.
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O Departamento de Correções e Reabilitação da Califórnia não respondeu à solicitação de comentário da CNN, mas informou ao Los Angeles Times que o áudio foi divulgado “inadvertidamente”, sem fornecer informações adicionais.
Na gravação, o irmão mais jovem, Erik, descreve o abuso que sofreu nas mãos de seu pai e explica suas razões para também matar sua mãe, Kitty Menendez. O áudio ainda inclui a justificativa do conselho de liberdade condicional para recusar sua libertação.
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A informação sobre a gravação veio à tona durante o relato de Tamara Goodell-Lucero, neta-sobrinha de Kitty, ao descrever a violência que Lyle vivenciou na prisão por causa do seu nome.
Enquanto Goodell-Lucero considerava o que Lyle afirmou sobre “retirar-se a cada segundo”, ela foi interrompida pela advogada de liberdade condicional de Lyle, Heidi Rummel.
Rummel declarou que a gravação integral da audiência de quinta-feira (21) ficou disponível, reiterou sua oposição à participação da mídia nos procedimentos e sugeriu que a permissão de acesso da mídia pode ter contribuído diretamente para o que ele chamou de “vazamento”.
A advogada argumentou que “viemos a estas audiências esperando e contando com uma audiência justa e imparcial, onde o Sr. Menendez pudesse ser ouvido, considerado e compreendido”, e que “temos um espetáculo público e isso agravou vinte vezes mais, e agora temos membros da família que não vão falar”.
Familiares e vítimas se recusam a comentar.
Teresita Menendez Baralt, irmã de Kitty, expressou seu incômodo ao ler a declaração elaborada após a divulgação pública da gravação e fez um breve comentário. “Desejo que meu sobrinho saiba o quanto o amo e acredito nele. Estou muito orgulhosa dele e quero que ele volte para casa”, declarou ela em prantos.
Outros familiares também se mostraram reticentes em comentar a situação.
Rummel argumentou que ninguém havia informado os familiares dos Menendez, que os apoiam e também são considerados vítimas dos crimes deles, de que suas vozes e “pensamentos privados mais íntimos” seriam divulgados durante as declarações. Ela solicitou a suspensão da audiência.
As gravações de áudio das duas audiências foram proibidas, com exceção de funcionários prisionais estaduais.
As organizações de mídia foram impedidas de divulgar qualquer informação coletada por repórteres que acompanhavam as audiências na sede do Departamento de Correções e Reabilitação da Califórnia até que o conselho anunciasse a decisão em cada dia.
Um porta-voz do departamento informou aos repórteres que houve o compartilhamento acidental de áudio durante as audiências de uma sala de conferência na sede próxima a Sacramento.
A objeção está presente à presença da mídia.
No início da audiência de sexta-feira (22), a advogada de liberdade condicional de Lyle, Heidi Rummel, declarou ter uma objeção “veemente” à presença da mídia, argumentando que “transformar isso em um espetáculo midiático compromete a justiça” do processo.
“Isso compromete a dignidade deles”, acrescentou ela. “Não os protege, e acreditamos que é uma violação da Lei de Marsy”.
A Lei Marsy é parte da constituição estadual e busca assegurar os direitos da vítima à justiça e ao devido processo legal.
Ele afirmou que eles querem ter a liberdade de manifestar seus sentimentos, divulgar seus pensamentos mais profundos, sem se importar com notícias de jornais.
A agente de liberdade condicional, Julie Garland, afirmou compreender as preocupações da advogada, porém recusou a objeção. “Esta é uma medida pública e, em razão da transparência, foi determinado que a mídia seja autorizada”, complementou.
A interrupção ocorreu e, em seguida, Garland confirmou que a gravação da audiência de quinta-feira (21) foi divulgada em razão de solicitações de registros públicos.
Rummel afirmou: “É ultrajante que o CDCR (Departamento de Correções e Reabilitação da Califórnia) não esteja seguindo as próprias regras”.
As tensões cresceram e os volumes se elevaram quando o promotor distrital adjunto do Condado de Los Angeles, Ethan Milius, insistiu que a audiência deveria prosseguir, declarando que ainda não havia identificado nenhuma infração evidente à legislação e enfatizando que o documento transcrito sempre foi destinado à divulgação pública.
Rummel, visivelmente irritada, respondeu: “Sr. Milius não quer proteger as vítimas neste caso. Esse tem sido um padrão de seu escritório”.
Tiffani Lucero Pastor, outra sobrinha-neta de Kitty, imediatamente confrontou os comissários e começou a ler a Lei Marsy.
“Quero saber por que o estado da Califórnia e este sistema prisional descartaram completamente nossos direitos como vítimas. Quem decidiu que nossos direitos como vítimas seriam jogados pela janela?”, questionou Lucero Pastor. “Isso é repugnante. Este processo está danificado e quebrado.”
Ela acrescentou: “Eu me protegi, mantive-me afastada, não mantive relacionamento com dois seres humanos porque estava com medo, e vim aqui hoje e vim aqui ontem e confiei que isso seria divulgado apenas em uma transcrição. Uma transcrição é muito diferente de uma gravação de áudio.”
Vocês desrespeitaram a família e, em seguida, violaram seus direitos.
Após uma terceira interrupção, e em meio aos esforços para retomar a sessão e a audiência, a comissária de Liberdade Condicional, Julie Garland, confirmou que o áudio da sessão de sexta-feira (22) não seria divulgado até que Rummel tivesse a oportunidade de apresentar uma objeção à sua libertação.
Contudo, essa promessa não acalmou significativamente as vítimas, que se recusaram a comentar por receio de que suas declarações fossem divulgadas, afirmou Rummel.
A liberdade condicional de Lyle foi recusada.
O conselho de liberdade condicional recusou a liberdade condicional de Lyle, porém ele ainda mantém esperança de ser libertado.
A decisão do conselho não é final; pode ser revista internamente por até 120 dias. Posteriormente, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, tem 30 dias para confirmar ou revogar a decisão, conforme sua vontade. O mesmo se aplica ao caso de Erik.
Lyle poderá se tornar elegível para liberdade condicional novamente em três anos, embora Garland tenha declarado que ele será considerado para “revisão administrativa” em um ano e poderá ter uma segunda audiência de liberdade condicional em 18 meses.
Na gravação de áudio divulgada, Erik explicou sua decisão de adquirir armas de fogo, afirmando que agiu para se proteger do pai, a quem imputou atos de abuso sexual.
Ele relatou que, na noite dos assassinatos, o medo o fez usar a arma, pois acreditava que seu pai invadiria seu quarto e o agrediria sexualmente novamente.
Erik abordou a utilização de uma identidade inventada e descreveu os acontecimentos que culminaram nos homicídios, mencionando o temor extremo e a convicção de que a fuga representaria uma condenação à morte.
A gravação também detalha as consequências, incluindo o descarte das armas e a reflexão de Erik sobre o impacto profundo do comportamento de seu pai, afirmando que foi criado sem uma base moral devido às ações e crenças desse pai.
As audiências de liberdade condicional foram distintas de diversas tentativas dos irmãos de provocar uma nova avaliação do sistema judicial, conforme a evolução da percepção sobre abuso sexual infantil.
A sessão de sexta-feira (22) também abordou amplamente os abusos que Lyle e seu irmão relataram ter vivenciado, e as ações que ocorreram antes e depois do assassinato de seus pais.
Lyle relatou que suas vivências na infância e os impactos dos homicídios de seus pais geraram um abismo intenso e evidente em sua existência, e que ele buscou suprir essa lacuna por meio de atos positivos durante o encarceramento.
Em 20 de agosto de 1989, os irmãos invadiram a sala de estar da casa e dispararam contra os pais, resultando em sua morte. Os irmãos alegam que cometeram o ato por medo, após uma longa história de abusos, principalmente por parte do pai.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Redação Clique Fatos
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