Atividades criativas, como dançar e pintar, podem rejuvenescer o cérebro em até sete anos, revela estudo publicado na Nature Communications em outubro de 2025.
Experiências criativas, como dançar e pintar, podem contribuir para desacelerar o envelhecimento do cérebro. Um estudo internacional, que analisou dados de mais de 1.200 participantes de 13 países, incluindo o Brasil, revelou essa descoberta. Publicada na revista Nature Communications em outubro de 2025, a pesquisa indica que quem se dedica a atividades lúdicas pode ter um cérebro até sete anos mais jovem do que o esperado para sua idade.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A pesquisa observou uma maior conectividade cerebral em indivíduos que praticam hobbies criativos, especialmente em áreas do cérebro relacionadas à expertise e experiências criativas. “Verificamos a diferença entre o funcionamento esperado do cérebro para a idade e o que realmente se apresentava nas pessoas com atividades criativas”, afirma a neurocientista Elisa Harumi Kozasa, do Instituto do Cérebro do Einstein Hospital Israelita.
Os resultados mostraram que quanto maior o nível de especialização em atividades criativas, mais jovem era o cérebro, especialmente nas regiões frontoparietais, que estão ligadas à atenção e criatividade. A pesquisa incluiu especialistas em diversas atividades e destacou aquelas que mais contribuíram para atrasar o envelhecimento cerebral.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Por exemplo, o cérebro de dançarinos de tango parecia ter mais de sete anos a menos. Músicos e artistas apresentaram uma diferença de cinco a seis anos em relação à sua idade cronológica. O tango, uma dança típica da Argentina, é um exemplo de atividade que combina criatividade e movimento.
De acordo com o estudo, um maior engajamento em atividades criativas melhora a comunicação entre os neurônios, demonstrando a capacidade do cérebro de se adaptar a novas tarefas e ambientes. Essa plasticidade cerebral é fundamental para preservar a memória, raciocínio e coordenação motora, funções que tendem a declinar com o avanço da idade.
A criatividade desempenha um papel semelhante ao exercício físico, promovendo a reorganização das redes cerebrais. Os benefícios foram observados até mesmo em intervenções de curto prazo, como quando voluntários jogaram o videogame Starcraft II por 30 horas ao longo de um mês, resultando em uma redução de cerca de três anos na idade cerebral.
Embora os resultados sejam promissores, a pesquisadora Elisa Kozasa alerta que não se deve generalizar os achados. “É importante considerar outros fatores, como alimentação, atividade física e genética. Um bom envelhecimento depende de um conjunto de elementos.
A criatividade é uma parte importante, mas não a única”, conclui.
Autor(a):
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.