Ataques dos EUA ao Caribe e Pacífico: 43 mortos sem declaração de guerra ou procedimentos judiciais

Ofensiva sem declaração de guerra do Congresso americano resulta na morte de 43 pessoas.

26/10/2025 7:05

4 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Governo dos EUA Realiza Novo Ataque no Caribe

Na última sexta-feira (24), o governo dos Estados Unidos anunciou um novo ataque a uma embarcação em águas internacionais no Caribe, marcando o 10º ataque desde 2 de setembro, quando as ofensivas começaram. Os EUA alegaram que as embarcações estariam transportando narcóticos, mas não apresentaram provas que sustentassem essas alegações.

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Até o momento, 43 pessoas perderam a vida nesses ataques realizados no Caribe e no Pacífico, que ocorreram sem a autorização do Congresso dos Estados Unidos ou procedimentos judiciais. O governo Trump tem enfrentado tensões crescentes com os governos da Venezuela e da Colômbia, resultando em um aumento nas discussões entre Trump, o presidente venezuelano Nicolás Maduro e o líder colombiano Gustavo Petro.

As operações no Caribe foram iniciadas após o envio de navios de guerra dos EUA para a região, com Washington afirmando que a missão visa combater cartéis de drogas. No entanto, o governo venezuelano argumenta que os EUA buscam uma mudança de regime. Maduro classificou os ataques como “execuções em série” e pediu uma investigação da ONU.

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Histórico dos Ataques

O primeiro ataque dos EUA a um navio no Caribe ocorreu em 2 de setembro, resultando na morte de 11 pessoas. Trump anunciou a ofensiva, afirmando que as Forças Armadas dos EUA atacaram narcoterroristas do Tren de Aragua, uma organização considerada terrorista pelo Departamento de Estado.

O presidente alertou que aqueles que tentassem trazer drogas para os EUA enfrentariam consequências severas. Contudo, a CNN reportou que autoridades do Departamento de Defesa não apresentaram evidências concretas de que os alvos do primeiro ataque eram realmente membros do Tren de Aragua.

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Em 15 de setembro, menos de duas semanas depois, ocorreu o segundo ataque, que resultou na morte de três pessoas. Trump afirmou que o navio estava transportando narcóticos ilegais da Venezuela, destacando a ameaça que os cartéis de drogas representam para a segurança nacional dos EUA.

Continuação das Ofensivas

Em 19 de setembro, Trump anunciou um terceiro ataque militar, que também resultou em mortes. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, confirmou um quarto ataque em 3 de outubro, onde quatro pessoas foram mortas. A operação foi realizada em águas internacionais próximas à costa da Venezuela.

O quinto ataque ocorreu em 14 de outubro, resultando em seis mortes. Trump reiterou que o navio estava vinculado a uma organização terrorista, mas não forneceu detalhes específicos. O número total de mortes nas operações já havia chegado a 27 até aquele momento.

Em 16 de outubro, o sexto ataque foi realizado, sendo a primeira operação em que alguns tripulantes sobreviveram. Dois sobreviventes foram repatriados, um deles identificado como Jeison Obando Pérez, que chegou ao seu país com ferimentos graves.

Conflitos e Reações

Dois dias após o ataque, Hegseth anunciou que o sétimo navio atacado estava vinculado a uma organização terrorista colombiana, resultando na morte de todos os tripulantes. O secretário de Defesa comparou os cartéis a terroristas, prometendo que seriam tratados como tal.

Os ataques geraram confrontos públicos com o presidente colombiano, Gustavo Petro, que acusou os EUA de assassinar um cidadão colombiano inocente. Em resposta, Trump anunciou a suspensão de pagamentos e subsídios ao país.

Nos dias 21 e 22 de outubro, os EUA realizaram ataques a dois navios no Pacífico, resultando em mais mortes. O secretário de Defesa afirmou que as operações marcam uma expansão da campanha militar dos EUA, que anteriormente se concentrava no Caribe.

O décimo ataque, realizado em 24 de outubro, foi direcionado a um navio supostamente ligado ao Trem Aragua. Desde o início das ofensivas, 43 pessoas morreram em decorrência dos ataques realizados pelo governo dos Estados Unidos.

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.