Ataque de 7 de outubro teve efeito inverso no Irã, afirma Alberto Pfeifer
O coordenador do grupo de Análise de Estratégia Internacional da USP considera que Israel se fortaleceu após os ataques de 2023 com a eliminação do Hamas e do Hezbollah, grupos que recebiam apoio da teocracia islâmica; o regime dos aiatolás agora enfrenta ameaças por parte de Israel.

O ataque de 7 de outubro de 2023 contra Israel , que causou a morte de 1.200 pessoas em território israelense, gerou um efeito inverso, consolidando a posição de Israel e prejudicando o Irã e seus aliados na região, conforme análise de Alberto Pfeifer, coordenador-geral do Grupo de Análise de Estratégia Internacional em Defesa, Segurança e Inteligência da Universidade de São Paulo (DSI-USP).
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Segundo Pfeifer, Israel alcançou a neutralização considerável da influência do Hamas e do Hezbollah , grupos que contam com o apoio da teocracia islâmica iraniana. “Esta alteração no equilíbrio de poder regional coloca agora o regime dos aiatolás sob ameaça, tanto interna quanto externamente”, avalia.
Pfeifer ressalta que Israel tem intensificado suas operações militares na região, buscando não apenas o Hamas na Faixa de Gaza, mas também outros aliados do Irã. “Em um movimento inteligente de inteligência, Israel conseguiu desarticular a liderança do Hezbollah no sul do Líbano, um importante aliado xiita do Irã”, explica.
Leia também:

Na avaliação da ONU, a solução de dois Estados permanece como o único caminho viável para alcançar a paz entre Israel e Palestina

Brasil pode reverter tarifas de Trump

A Secretária de Estado dos EUA demonstra antipatia em relação ao governo Lula
Adicionalmente, Israel lançou ataques contra os houthis no Iêmen, grupo que tem interferido no tráfego marítimo internacional no Mar Vermelho, e conduziu operações diretas contra a liderança iraniana, o que enfraqueceu consideravelmente a denominada “conexão xiita” na região.
Situação interna do Irã
No Irã, o governo enfrenta aumento da insatisfação entre a população. Pfeifer aponta que uma parte considerável dos 90 milhões de iranianos não apoia a teocracia fundamentalista dos aiatolás e está preparada para protestar nas ruas contra o regime.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O analista aponta que o Irã encontra-se em uma situação de vulnerabilidade, ameaçado internamente por sua população e enfraquecido externamente pela ação direta de Israel e seus aliados ocidentais. “O país perdeu o apoio de parceiros tradicionais como a Rússia, que está mais preocupada com seus próprios conflitos”, destaca.
Pfeifer conclui sua análise sugerindo que o regime teocrático do Irã, que ele descreve como uma “ditadura anacrônica”, pode estar com os dias contados, não tendo mais espaço no mundo contemporâneo.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.