Ataque de 7 de outubro teve efeito inverso no Irã, afirma Alberto Pfeifer

O coordenador do grupo de Análise de Estratégia Internacional da USP considera que Israel se fortaleceu após os ataques de 2023 com a eliminação do Hamas e do Hezbollah, grupos que recebiam apoio da teocracia islâmica; o regime dos aiatolás agora enfrenta ameaças por parte de Israel.

16/06/2025 23:49

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Ataque de 7 de outubro teve efeito inverso no Irã, afirma Alberto Pfeifer
(Imagem de reprodução da internet).

O ataque de 7 de outubro de 2023 contra Israel , que causou a morte de 1.200 pessoas em território israelense, gerou um efeito inverso, consolidando a posição de Israel e prejudicando o Irã e seus aliados na região, conforme análise de Alberto Pfeifer, coordenador-geral do Grupo de Análise de Estratégia Internacional em Defesa, Segurança e Inteligência da Universidade de São Paulo (DSI-USP).

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Segundo Pfeifer, Israel alcançou a neutralização considerável da influência do Hamas e do Hezbollah , grupos que contam com o apoio da teocracia islâmica iraniana. “Esta alteração no equilíbrio de poder regional coloca agora o regime dos aiatolás sob ameaça, tanto interna quanto externamente”, avalia.

Pfeifer ressalta que Israel tem intensificado suas operações militares na região, buscando não apenas o Hamas na Faixa de Gaza, mas também outros aliados do Irã. “Em um movimento inteligente de inteligência, Israel conseguiu desarticular a liderança do Hezbollah no sul do Líbano, um importante aliado xiita do Irã”, explica.

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Adicionalmente, Israel lançou ataques contra os houthis no Iêmen, grupo que tem interferido no tráfego marítimo internacional no Mar Vermelho, e conduziu operações diretas contra a liderança iraniana, o que enfraqueceu consideravelmente a denominada “conexão xiita” na região.

Situação interna do Irã

No Irã, o governo enfrenta aumento da insatisfação entre a população. Pfeifer aponta que uma parte considerável dos 90 milhões de iranianos não apoia a teocracia fundamentalista dos aiatolás e está preparada para protestar nas ruas contra o regime.

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O analista aponta que o Irã encontra-se em uma situação de vulnerabilidade, ameaçado internamente por sua população e enfraquecido externamente pela ação direta de Israel e seus aliados ocidentais. “O país perdeu o apoio de parceiros tradicionais como a Rússia, que está mais preocupada com seus próprios conflitos”, destaca.

Pfeifer conclui sua análise sugerindo que o regime teocrático do Irã, que ele descreve como uma “ditadura anacrônica”, pode estar com os dias contados, não tendo mais espaço no mundo contemporâneo.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.