As políticas de Trump impactam diversos setores de maneiras distintas, gerando novas trajetórias
Setor agro e siderúrgico devem expandir seu mercado na China, contudo, produtos semimanufaturados podem enfrentar maiores desafios.

A divulgação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos exige a alteração das trajetórias do setor produtivo, ainda que de maneira heterogênea.
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Analistas consultados pela CNN indicam que setores como o agro e o siderúrgico podem procurar novas oportunidades de negócio na China, ao passo que áreas de serviços e produtos químicos devem enfrentar maiores desafios.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou recentemente que aplicará uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. A nova alíquota terá início em 1º de agosto.
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O advogado especializado em comércio exterior Celso Figueiredo defende que o Brasil pode aproveitar a presença já consolidada no mercado chinês e direcionar as exportações sujeitas a impostos nos Estados Unidos para o gigante asiático.
O Brasil pode promover a pauta de exportação brasileira. Isso já acontece em grande medida pela Apex. Assim, muita da nossa produção será absorvida, pois outros mercados capturarão esses produtos que deixarão de ser vendidos aos Estados Unidos.
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Os produtos do agronegócio são empregados para sustentar a população chinesa, ao passo que a mineração é utilizada na fabricação de bens industrializados e na construção civil local.
O cenário se transforma em produtos com maior valor agregado, que pode variar de calçados até produtos químicos, confrontando-se com a concorrência direta da indústria já estabelecida na China.
Os produtos brasileiros enfrentarão desafios de inserção, notadamente os químicos e o maquinário. O advogado acrescenta que a Embraer pode ter chances com as companhias aéreas chinesas.
Figueiredo acredita que os EUA dependem da carne, do café e do suco de laranja do Brasil. O especialista acredita que, mesmo com sobretaxas, os mercados norte-americanos continuarão a comprar dos produtores brasileiros.
Para Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais na ESPM, a decisão unilateral de Trump agirá em reforçar os laços do Brasil com a China, além de ser um “tiro no pé” da própria economia norte-americana.
Trevisan afirma que o Brasil necessita selecionar um novo parceiro comercial para substituir a posição dos Estados Unidos, e qualquer pessoa reconhece que será a China.
Os Estados Unidos, além de pressionar o Poder Judiciário em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso da tentativa de golpe de Estado, buscam transmitir uma mensagem à América Latina sobre a não aproximação política e econômica da região à China.
O especialista complementa: “Quanto mais os Estados Unidos pressionarem este volume contra o Brasil, mais a América Latina como um todo se aproximará da China. É nesse sentido que eu acho que é um tiro no pé”.
Brasil exporta petróleo, café e aeronaves para os Estados Unidos.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.