As demandas da Rússia e da Ucrânia para o encerramento do conflito

Trump se encontrou na sexta-feira no Alasca com Putin, buscando iniciar uma negociação de paz. Zelensky manifestou insatisfação por ter sido deixado de …

15/08/2025 8:43

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As demandas da Rússia e da Ucrânia para o encerramento do conflito
(Imagem de reprodução da internet).

Vladimir Putin e Donald Trump se encontram no Alasca nesta sexta-feira 15 em sua primeira cúpula desde o retorno do ex-presidente americano ao poder.

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Existe grande expectativa para este encontro, que deverá abordar principalmente a guerra na Ucrânia.

Passados mais de três anos e meio desde o início da invasão russa, a possibilidade de um encerramento das hostilidades continua distante, devido à incompatibilidade das demandas de Moscou e Kiev.

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Segue o que se sabe sobre as posições de ambas as partes.

Moscou exige territórios e a renúncia da Ucrânia à OTAN.

Com uma posição de força na linha de frente, onde suas tropas aceleraram seus avanços nos últimos meses em setores críticos, a Rússia mantém exigências maximalistas para encerrar sua invasão.

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Vladimir Putin defende que a solução leve em conta as “causas profundas” do conflito, incluindo o anseio da Ucrânia por se juntar à OTAN, aliança militar que Moscou vê como uma ameaça à sua segurança nas fronteiras.

A Rússia também solicita que a Ucrânia ceda quatro regiões do sul e do leste que controla parcialmente (Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson), além da península da Crimeia, incorporada em 2014.

Moscou também deseja a suspensão das sanções internacionais que enfrenta e a Ucrânia se torne um Estado neutro e desmilitarizado, abrindo mão do fornecimento de armas ocidentais e da mobilização militar.

Outras exigências russas, discutidas com os ucranianos em Istambul entre maio e julho, abrangiam o encerramento da lei marcial e a realização de eleições presidenciais e parlamentares na Ucrânia, dentro de um período de 100 dias.

A Rússia exige garantias para os direitos dos cidadãos russos na Ucrânia, notadamente o reconhecimento do idioma russo, e a exclusão de grupos nacionalistas do Exército e do poder, o que classifica como “desnazificação”.

Kiev pede armas e assegura de segurança.

Para a Ucrânia, as exigências russas são inaceitáveis. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, as denunciou como “últimos”.

Na Ucrânia, a questão das concessões territoriais gera grande controvérsia, considerando o sofrimento da população e os intensos danos materiais causados desde 2014, com o propósito de preservar suas fronteiras, definidas no final da URSS em 1991.

Kiev também teme que uma diminuição de seu Exército ou o cessar fogo no envio de armas ocidentais o deixem vulnerável, caso a Rússia decida invadir novamente após um período de paz.

A Ucrânia solicita a retirada total das forças russas, que atualmente ocupam cerca de 20% de seu território. Pressiona, em conjunto com seus aliados, por um alto-horário de 30 dias, ao qual Moscou se nega.

Também solicita aos europeus e americanos que apresentem “garantias de segurança” robustas para desestimular a Rússia e insiste em aderir à Otan, embora Washington tenha rejeitado essa hipótese.

A Ucrânia avalia, em conjunto com os europeus, a formação de um contingente militar no país, com o apoio da Otan, caso a paz seja efetivada. Essa hipótese também foi veementemente negada por Moscou.

Europeus e americanos

Rússia e Ucrânia conduziram recentemente três sessões de negociações diretas em Istambul para tentar chegar a um acordo, porém o resultado foi restrito a trocas de prisioneiros e de restos mortais de soldados.

Na última dessas reuniões, em julho, as delegações perceberam a “distância” entre suas posições.

Os europeus, que aumentaram seus contatos com Zelensky nas últimas semanas, pressionam para que Trump e Putin não alcancem um acordo prejudicial à Ucrânia.

Apesar de seus esforços de influência, os líderes europeus permaneceram à margem das negociações de Istambul e do retorno dos contatos entre Moscou e Washington desde janeiro, também ausentes da cúpula no Alasca.

Donald Trump busca finalizar o mais rápido possível o conflito na Ucrânia, que ele associa à atuação do seu predecessor democrata, Joe Biden.

O presidente dos Estados Unidos previu, de forma inexata, “trocas de territórios” e permaneceu incisivo sobre suas expectativas em relação a Putin.

O chefe do governo russo prevê há muito tempo a necessidade de confrontos com Washington, além do tema da Ucrânia, em relação à estrutura de segurança em toda a Europa.

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.