As demandas da Rússia e da Ucrânia para o encerramento do conflito
Trump se encontrou na sexta-feira no Alasca com Putin, buscando iniciar uma negociação de paz. Zelensky manifestou insatisfação por ter sido deixado de …

Vladimir Putin e Donald Trump se encontram no Alasca nesta sexta-feira 15 em sua primeira cúpula desde o retorno do ex-presidente americano ao poder.
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Existe grande expectativa para este encontro, que deverá abordar principalmente a guerra na Ucrânia.
Passados mais de três anos e meio desde o início da invasão russa, a possibilidade de um encerramento das hostilidades continua distante, devido à incompatibilidade das demandas de Moscou e Kiev.
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Segue o que se sabe sobre as posições de ambas as partes.
Moscou exige territórios e a renúncia da Ucrânia à OTAN.
Com uma posição de força na linha de frente, onde suas tropas aceleraram seus avanços nos últimos meses em setores críticos, a Rússia mantém exigências maximalistas para encerrar sua invasão.
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Vladimir Putin defende que a solução leve em conta as “causas profundas” do conflito, incluindo o anseio da Ucrânia por se juntar à OTAN, aliança militar que Moscou vê como uma ameaça à sua segurança nas fronteiras.
A Rússia também solicita que a Ucrânia ceda quatro regiões do sul e do leste que controla parcialmente (Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson), além da península da Crimeia, incorporada em 2014.
Moscou também deseja a suspensão das sanções internacionais que enfrenta e a Ucrânia se torne um Estado neutro e desmilitarizado, abrindo mão do fornecimento de armas ocidentais e da mobilização militar.
Outras exigências russas, discutidas com os ucranianos em Istambul entre maio e julho, abrangiam o encerramento da lei marcial e a realização de eleições presidenciais e parlamentares na Ucrânia, dentro de um período de 100 dias.
A Rússia exige garantias para os direitos dos cidadãos russos na Ucrânia, notadamente o reconhecimento do idioma russo, e a exclusão de grupos nacionalistas do Exército e do poder, o que classifica como “desnazificação”.
Kiev pede armas e assegura de segurança.
Para a Ucrânia, as exigências russas são inaceitáveis. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, as denunciou como “últimos”.
Na Ucrânia, a questão das concessões territoriais gera grande controvérsia, considerando o sofrimento da população e os intensos danos materiais causados desde 2014, com o propósito de preservar suas fronteiras, definidas no final da URSS em 1991.
Kiev também teme que uma diminuição de seu Exército ou o cessar fogo no envio de armas ocidentais o deixem vulnerável, caso a Rússia decida invadir novamente após um período de paz.
A Ucrânia solicita a retirada total das forças russas, que atualmente ocupam cerca de 20% de seu território. Pressiona, em conjunto com seus aliados, por um alto-horário de 30 dias, ao qual Moscou se nega.
Também solicita aos europeus e americanos que apresentem “garantias de segurança” robustas para desestimular a Rússia e insiste em aderir à Otan, embora Washington tenha rejeitado essa hipótese.
A Ucrânia avalia, em conjunto com os europeus, a formação de um contingente militar no país, com o apoio da Otan, caso a paz seja efetivada. Essa hipótese também foi veementemente negada por Moscou.
Europeus e americanos
Rússia e Ucrânia conduziram recentemente três sessões de negociações diretas em Istambul para tentar chegar a um acordo, porém o resultado foi restrito a trocas de prisioneiros e de restos mortais de soldados.
Na última dessas reuniões, em julho, as delegações perceberam a “distância” entre suas posições.
Os europeus, que aumentaram seus contatos com Zelensky nas últimas semanas, pressionam para que Trump e Putin não alcancem um acordo prejudicial à Ucrânia.
Apesar de seus esforços de influência, os líderes europeus permaneceram à margem das negociações de Istambul e do retorno dos contatos entre Moscou e Washington desde janeiro, também ausentes da cúpula no Alasca.
Donald Trump busca finalizar o mais rápido possível o conflito na Ucrânia, que ele associa à atuação do seu predecessor democrata, Joe Biden.
O presidente dos Estados Unidos previu, de forma inexata, “trocas de territórios” e permaneceu incisivo sobre suas expectativas em relação a Putin.
O chefe do governo russo prevê há muito tempo a necessidade de confrontos com Washington, além do tema da Ucrânia, em relação à estrutura de segurança em toda a Europa.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.