As contaminações
Não se deve confundir os liberais clássicos e democratas, como Afonso Arinos e Alceu Amoroso Lima, com a extrema direita, que atualmente corrompe os conceitos e práticas. É preciso diferenciar a Direita Democrática da Extrema Esquerda. Não existe um centro crítico quando a política […]

Vicente Serejo
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Não se deve confundir os liberais clássicos e democratas, como Afonso Arinos e Alceu Amoroso Lima, com a extrema direita , essa que atualmente corrompe os conceitos e práticas. É preciso diferenciar a Direita Democrática da Extrema Direita; da Esquerda da Extrema Esquerda. Não existe centro crítico quando a política é vista dos extremos. E, se não há centro crítico como ponto de visão, não há, por dedução lógica, a avaliação que não precisa ser neutra, mas que certamente precisa ser isenta.
Quando o Folha de S. Paulo, em seu principal editorial da edição de seis passado, lançou a tese da contaminação, não teve o objetivo de excluir a Direita e a Esquerda, mas os extremos. Pretendia mostrar que o extremismo é do bolsonarismo. Eis o título do editorial: “Bolsonarismo continuará contaminando a direita nacional”. Ora, se o extremismo da direita contamina a própria direita, não há como justificar que o campo democrático queira abraçar as duras práticas antidemocráticas.
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A declaração do governador mineiro, Romeu Zena, limitando a ditadura a um sucessão de generais no poder, já foi suficiente para demonstrar o descaso de quem busca desafiar a História e expor uma realidade histórica. A ditadura, alertou o editorial, “cassou, torturou e matou”, em nome de preservar um idealismo falsamente democrático que fechou o Congresso, prendeu o Supremo, proibiu o Habeas-Corpus, cerceou a liberdade de expressão e exilou políticos, artistas e escritores.
Ao qualificar a fala de Zema como estupidez, o editorial expõe o perigo de se submeter a quem pensa dessa forma. O ponto central, seja qual for o candidato eleito, é o compromisso com as instituições que sustentam a democracia. Ronaldo Caiado, governador de Goiás, também não se saiu bem, com clareza de pensamento. No entanto, ele possui o mérito da coragem inegável em suas posições, incomum entre os candidatos influenciados pelo bolsonarismo.
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Nesse ponto, o editorial faz a distinção. Se os governadores – Romeu Zema, Ronaldo Caiado, Tarcísio de Freitas e Eduardo Leite – apoiam a tese da anistia irrestrita aos réus do 8 de janeiro, querem beneficiar o golpismo, todos movidos pela amnésia da servidão. E, assim, a direita demonstra sintomas de contaminação pelas bactérias do extremismo. E o extremismo, convenhamos, nada constrói de bom para uma sociedade livre, mas profundamente desigual, injusta e desafiadora.
Já é grave que seus possíveis herdeiros abracem, em nome da ideologia, políticas equivocadas. Que ao menos as lideranças conservadoras mostrem disposição e capacidade de expurgar tendências arraigadas e ao autoritarismo das alas radicais influenciadas por Bolsonaro. No final, com a objetividade e a clareza de um editorial técnico – ao expor, discutir e opinar –, fica a séria constatação: se a contaminação bolsonarista prevalecer, a Direita pode perder os moderados.
Cenário.
Apoiadores do agripinismo esperam que o União Brasil seja o local de destino do ex-prefeito Álvaro Dias. E isso pode acontecer de diversas formas: ele pode ser candidato a governador, senador ou deputado federal.
De acordo com uma fonte próxima ao senador Styvenson Valentim, o senador Rogério Marinho já sabe: se for candidato a vice-presidente, Styvenson vai disputar o governo contra o candidato do PT.
Hoje, na Quinta Cultural, às 17h, no Instituto Histórico, a palestra de Arlan Ribeiro e Doralice Brito sobre a vida do semeador Cosme de Abreu Maciel na civilização do Seridó Potiguar.
O colunista de Veja, José Casado, após ouvir os magnatas do poder econômico em São Paulo, capital do capital: “A Av. Faria Lima acha que o PT vai perder a eleição no ano que vem”. Fã Sábado próximo tem função no calçadão do Sebo Vermelho – Rio Branco, 705: Marcos Silva e Laura Giovana M. Nascimento lançam “Leandro Gomes de Barros e a Religião católico-Sertaneja”.
O historiador Marcos Silva oferece um elogio extenso, justo e merecido ao trabalho de editor de Abimael Silva na divulgação e preservação do acervo intelectual do Estado.
Na data dos namorados, que se aproxima, recorda-se o poeta Manuel Bandeira, um autor que dizia: “Se desejas a felicidade de amar, esquece a tua alma. / A alma é que estraga o amor”.
Nino, o filósofo melancólico do Beco da Lama, observava a festa das lojas, com a venda do amor nos gritos dos anúncios comerciais: “A solidão ensina a não esquecer o amor que, um dia, foi embora”.
Salão de beleza.
Sem a capacidade de questionamento dos ministros, do procurador da República e dos advogados, as audiências no Supremo Tribunal Federal teriam sido apenas um cenário perfeito do livro de Guy Debord “A Sociedade do Espetáculo”. Nada não passaria de um espetáculo de personalidades.
A frase “Ficamos mais estúpidos justamente quando as máquinas ficam inteligentes” é do psicónorte-americano Jonathan Haidt, na abertura do ciclo “Fronteiras do Pensamento”, em São Paulo. Ele é o autor do best-seller “A Geração Ansiosa”, que, diante de uma “infância hoje perdida”.
Mas… “Nem tudo está perdido nesta terra da Câmara Cascudo, esse grande estudioso da tradição brasileira: até fim de junho abre na antiga Escola de Artífices, hoje IFERN, o ‘Museu do Brinquedo Popular’. Uma ideia maravilhosa. Com uma grande vantagem: não tem show de Wesley Safadão.”
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Fonte por: Tribuna do Norte
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.