Arturo Pacheco: “Genocídio é usado como ferramenta política” em Gaza
Arturo Pacheco alerta: plano de Trump pode indicar rendição palestina e continuidade do bloqueio a Gaza.
O pesquisador de Relações Internacionais, Arturo Hartmann Pacheco, em entrevista à Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, expressou sua avaliação crítica sobre a proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza, mediada pelos Estados Unidos. Pacheco descreveu a proposta como um “acordo de rendição dos palestinos”, argumentando que o conflito tem sido utilizado como ferramenta política para negociações, com o genocídio sendo um elemento central nas conversas entre Israel e o Hamas.
Análise do Plano
Segundo o pesquisador, embora o plano prometa o fim imediato dos bombardeios, ele mantém o controle israelense sobre Gaza e compromete a autonomia palestina. Pacheco ressaltou que, no curto prazo, o plano representa um alívio, evitando o extermínio da população palestina, mas no longo prazo, representa o fim da autonomia política da região.
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Controvérsias e Detalhes do Acordo
O pesquisador apontou que o encontro entre representantes do Hamas e do governo israelense, a ser realizado no Cairo, envolve pontos controversos, como o desarmamento total do Hamas e a criação de um “Conselho da Paz” liderado pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e pelo ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair. Pacheco considera que a proposta elimina qualquer autonomia palestina sobre seu território, comparando a situação à intervenção britânica no passado.
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Preocupações com o Acordo
Hartmann também destacou a falta de clareza na cláusula sobre a retirada do exército israelense de Gaza, permitindo que Israel decida sobre a retirada, abrindo espaço para novas ofensivas. Ele alertou que o acordo pode restaurar o bloqueio imposto à Faixa de Gaza. O pesquisador mencionou que as decisões sobre a reconstrução da região podem ser influenciadas por interesses privados, com a reconstrução sendo decidida de cima para baixo, sem considerar as necessidades dos palestinos.
Contexto Político e Resistência Palestina
Hartmann também comentou sobre a situação política, afirmando que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu depende do conflito para se manter no poder, considerando que o genocídio é um instrumento político para sua manutenção. O pesquisador enfatizou a necessidade de uma resistência palestina que supere as divisões internas, defendendo a criação de um governo de união nacional para superar a fragmentação do território e da sociedade palestina.
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.