Arqueólogos revelam naufrágio de 50 d.C. em Alexandria, com restos da famosa Thalamagos, barco que pode ter sido usado em rituais dedicados à deusa Ísis.
Arqueólogos descobriram restos bem preservados de um naufrágio datado de aproximadamente 50 d.C. O local da descoberta é onde estava o Portus Magnus, em Alexandria. A madeira encontrada pertence a uma das embarcações mais conhecidas da época, a Thalamagos.
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A peça de madeira mede 28 metros e sugere que o barco teria cerca de 35 metros de comprimento e 7 metros de largura. Inscrições em grego, datadas da primeira metade do século I d.C., foram identificadas na borda da madeira, o que, segundo os pesquisadores, reforça a hipótese de que a Thalamagos foi construída nesse período.
A pesquisa foi conduzida por Franck Goddio, que colabora com o Ministério de Antiguidades do Egito desde 1992, em parceria com o Instituto Europeu de Arqueologia Submarina (IEASM). A Thalamagos foi mencionada pelo antigo escritor Estrabão, que visitou a ilha entre 29 e 25 a.C.
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Goddio comentou que “este intrigante naufrágio pode ter sido utilizado nos canais de Alexandria, conforme descrito por Estrabão, mas foi encontrado muito próximo das escavações no templo de Ísis na ilha de Antirhodos. Assim, pode ter afundado durante a destruição catastrófica desse templo, que ocorreu por volta de 50 d.C.”
Uma das hipóteses levantadas pelos pesquisadores é que a embarcação era utilizada em cerimônias dedicadas à deusa Ísis, realizando uma viagem do Portus Magnus até o santuário de Osíris em Canopo, uma cidade portuária do Antigo Egito.
Além de seu uso religioso, a Thalamagos também serviu como um palácio flutuante da dinastia dos Ptolomeus, que governou o Egito após a morte de Alexandre, o Grande, entre 305 a.C. e 30 a.C. Cleópatra VII, por exemplo, teria utilizado a embarcação para impressionar Júlio César com as maravilhas do Egito na primavera de 47 a.C.
Autor(a):
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.