A safra de soja do Brasil para o ciclo 2025/26 deverá alcançar 166,56 milhões de toneladas, representando uma redução de 1,3% em relação ao recorde anterior, conforme estimativa da consultoria Pátria AgroNegócios, devido ao menor aumento da área plantada desde 2006/07.
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A avaliação da consultoria aponta que a área plantada com soja no país, principal produtor e exportador mundial da oleaginosa, deverá alcançar 48,13 milhões de hectares, um aumento de 1,4% em relação à safra anterior, devido às dificuldades no acesso a crédito pelos produtores, maiores custos e um cenário político instável que restringem o desenvolvimento.
O principal relato foi de desinteresse, afirmou o diretor da consultoria, Matheus Pereira, ao comentar à Reuters os resultados da pesquisa da Pátria AgroNegócios com os clientes.
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O especialista destacou que o crédito se tornou mais difícil e oneroso, considerando que as distribuidores de insumos enfrentam um alto índice de inadimplência de “dois dígitos”, em um cenário onde a taxa básica de juros do país (Selic) atingiu 15% ao ano, o maior patamar em quase 20 anos.
Pereira mencionou também questões políticas, em um contexto de intensificação das tensões entre o governo brasileiro e a oposição, considerando o regime de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, e, no âmbito externo, o Brasil enfrenta tarifas de importações impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
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A fumaça que paira na política brasileira tem dificultado visualizar um horizonte de crescimento no país, o que causa um desânimo na base produtiva para expandir a área, opinou Pereira.
A Pátria AgroNegócios prevê um crescimento inferior da área plantada em comparação com outras consultorias privadas, que projetam aumentos de 2%, e demonstra menor otimismo em relação à produtividade, com base em seu próprio modelo estatístico.
Nessa linha, a expectativa de produtividade média é de 3,46 toneladas por hectare, queda de 2,7% em relação ao ano anterior — o cálculo da consultoria é meramente estatístico, considerando que o plantio de 2025/26 só deve iniciar em meados de setembro.
Especialistas de consultorias como Céleres, StoneX e Datagro, que já divulgaram suas projeções, estimam que o Brasil poderá alcançar um novo recorde de safra, mesmo com um avanço no plantio mais restrito, devido a condições climáticas favoráveis.
Pereira afirmou que a falta de um acordo tarifário entre China, principal importador de soja, e os EUA deve impulsionar o plantio no Brasil, e que a finalização das negociações entre os dois países deverá acontecer após a fase de definição dos cultivos no país.
Fonte por: CNN Brasil