O relatório da Polícia Federal (PF), com base em novos dados do celular do coronel da reserva Flávio Botelho Peregrino, assessor de Walter Braga Netto, apontou um documento em PowerPoint que delineava cenários para o denominado “dia seguinte” após o dia 7 de setembro de 2021.

De acordo com a Polícia Federal, os arquivos digitais encontrados no celular de Peregrino continham documentos com avaliações de cenários (anteriores e posteriores). Na ocasião, a capital federal recebeu a manifestação convocada durante algumas semanas e que reuniu caminhoneiros e manifestantes na Esplanada dos Ministérios durante as comemorações da independência do Brasil.

O coronel aconselhava o então ministro da Defesa, Braga Netto. A PF identificou duas apresentações em formato “ppt”. Os documentos se chamavam “07 de setembro – dia anterior” e “7 Setembro – Versão 04”.

No documento mais recente, com 17 slides, a Polícia Federal aponta que o termo Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ocorre duas vezes. Em um slide, são apresentadas opções para “desescalar sem desmobilizar as manifestações” e “adotar medidas restritivas por opositores”. Em outro, são mencionados “GLO Preventivo”, “GLO a pedido dos Estados/DF” e outras formas de intervenção, incluindo ações pelas Forças Armadas e demais Poderes da República.

O relatório também apontava possíveis reações da imprensa em relação aos eventos previstos para o dia das manifestações. A apresentação detalhava “ações diretas e indiretas” que seriam implementadas pelo presidente e por outros membros do governo.

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O termo “dia seguinte” empregado no relatório da Polícia Federal lembra o utilizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante seu depoimento como réu na ação penal da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF).

No interrogatório, diante do ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro negou que ele ou comandantes das Forças Armadas tenham tido conversas sobre uma tentativa de golpe. “Um golpe é até fácil começar. Mas, o ‘after day’ (em tradução livre) é sempre imprevisível e danoso para todos”, declarou.

<h2 id="Braga Netto constituía uma figura central.

O mesmo relatório da PF aponta que o general da reserva Braga Netto, réu na ação penal da trama golpista, era a figura central na estratégia para descredibilizar as urnas eletrônicas. Braga Netto está preso desde dezembro do ano passado.

O relatório indica que as trocas de mensagens confirmaram a atuação do general Braga Netto como uma figura central para a implementação das estratégias visando desacreditar o sistema eleitoral e o pleito de 2022.

De acordo com a PF, Braga Netto e mais seis indivíduos, entre eles o coronel Flávio Botelho, faziam parte de um grupo no WhatsApp denominado “Eleições 2022”, no qual planejavam “várias ações para desestabilizar o regime democrático”.

Os integrantes do grupo se reuniram, no mínimo, cinco vezes, nos dias 6 e 12 de novembro de 2022. Três encontros foram conduzidos pela internet e dois de maneira presencial.

Fonte por: CNN Brasil