Apple remove apps de imigração sob pressão de Trump

Apple Remove Aplicativo de Rastreamento do ICE Após Solicitação do Governo Trump

A Apple anunciou nesta quinta-feira (2) que removeu o ICEBlock e outros aplicativos semelhantes de rastreamento do ICE de sua App Store, em um caso raro de remoção de aplicativos a pedido do governo federal dos Estados Unidos. A decisão ocorreu após receber informações das autoridades policiais sobre os riscos de segurança associados ao aplicativo.

Risco de Ataques Contra Agentes de Imigração

O aplicativo alertava usuários sobre a presença de agentes de Imigração e Alfândega (ICE) em suas áreas, o que, segundo o Departamento de Justiça, poderia aumentar o risco de ataques contra os agentes. A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, enfatizou que a violência contra a aplicação da lei é uma “linha vermelha intolerável” que não pode ser cruzada.

Relações da Apple com o Governo Trump

A decisão da Apple pode aumentar o escrutínio sobre os laços crescentes entre empresas de tecnologia e o governo Trump. Muitas companhias, incluindo a fabricante do iPhone, têm buscado evitar choques com a Casa Branca, que não hesita em fazer ameaças — especialmente sobre tarifas — contra empresas específicas.

Reações e Controvérsias

Joshua Aaron, criador do ICEBlock no Texas, criticou a decisão da Apple, afirmando que “ceder a um regime autoritário nunca é a decisão correta”. Ele também alertou sobre o potencial de processos legais contra ele.

Remoções de Aplicativos e a Tendência Global

A Apple removeu mais de 1.700 aplicativos de sua App Store em 2024 em resposta a pedidos de governos. A maioria — mais de 1.300 — foi feita pela China, seguida da Rússia (171) e da Coreia do Sul (79). Nos últimos três anos, os Estados Unidos não figuraram entre os países em que apps foram removidos por exigências governamentais.

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Contexto da Vigilância do ICE

A vigilância civil de agentes federais de imigração tem se tornado mais assertiva desde o retorno de Trump ao poder, com ativistas afirmando que seu objetivo é proteger comunidades contra a atuação agressiva do ICE. Em cidades como Washington, moradores também utilizam chats criptografados para compartilhar informações sobre fiscalizações.

Especialistas jurídicos reiteraram que a vigilância do ICE é, em grande parte, constitucional, desde que não haja tentativa de obstrução. A agência tem intensificado a fiscalização, com US$ 75 bilhões em novos financiamentos até 2029, e preso portadores de visto e residentes permanentes nos EUA.

A maioria dos iPhones da Apple é fabricada na China, o que torna a empresa particularmente sensível a políticas tarifárias. A Casa Branca já cogitou impostos sobre importação de chips presentes nos dispositivos.