Após os ataques ao STF na Paulista, Barroso declara: “na ditadura não existia um processo ‘público e transparente’.”
O presidente da Corte declarou que o processo contra Bolsonaro fundamenta-se em evidências, sem “contenda política ou ideológica”.
O ministro Luis Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal, manifestou-se em apoio à Corte nesta segunda-feira 8, após os atos praticados por apoiadores de Bolsonaro em manifestações no dia 7 de Setembro, notadamente na Avenida Paulista, em São Paulo.
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Barroso declarou que não aprecia atuar como comentarista dos acontecimentos políticos e aguarda o encerramento do julgamento do núcleo essencial da trama golpista, com previsão de conclusão para a próxima sexta-feira 12, para se manifestar em nome do Supremo Tribunal Federal.
Contudo, respondeu a críticas como as do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que denominou a atuação do ministro Alexandre de Moraes como “tirania”, ou da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que acusou de “perseguição”.
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Aguardei o julgamento para me manifestar em nome do Supremo Tribunal Federal. O momento adequado para isso ocorrerá após a análise da acusação, da defesa e da apresentação das provas, a fim de determinar quem é inocente e quem é culpado. O processo penal é prova, não disputa política ou ideológica.
Barroso relacionou este cenário enfrentado pelo Brasil ao período da ditadura militar, celebrado por apoiadores de Bolsonaro.
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Atualmente, posso afirmar que, tendo vivido e lutado contra a ditadura, ali se não existia o devido processo legal público e transparente, acompanhado pela imprensa e pela sociedade em geral. Era um mundo de obscuridades. Atualmente, tudo acontece à luz do dia. O julgamento reflete a realidade. Na vida, não serve de nada tentar quebrar o espelho por não gostar da imagem.
Barroso permanecerá como presidente do Supremo até o dia 29, quando será substituído por Edson Fachin, eleito para o cargo em agosto. Tanto o atual quanto o futuro presidente não participam do julgamento da trama golpista, que compete à Primeira Turma do STF (formada por Moraes, Carmen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux).
O ministro Gilmar Mendes, que não faz parte da Primeira Turma, também se pronunciou sobre os ataques verificados nas manifestações bolsonaristas. Em publicação nas redes sociais, declarou: “Não há no Brasil ‘ditadura da toga’ nem ministros agindo como tiranos. O STF está cumprindo seu papel de guardião da Constituição e do Estado de Direito”.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.












