Após negociações intensas, mediadas por representantes da China, foi possível superar o impasse e formalizar a declaração do BRICS
O texto será apresentado à cúpula de chefes de Estado que inicia no domingo (6 de julho de 2025); Teerã buscava uma postura mais firme em relação a Israel.

Os negociadores do Brics alcançaram um acordo, neste sábado (5.jul.2025), sobre a declaração final da cúpula de líderes do bloco, que será realizada em 6 e 7 de julho no Rio. O texto será levado aos chefes de Estado, após os representantes terem superado um impasse com o Irã sobre como tratar Israel no documento.
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Os iranianos não reconhecem o Estado de Israel e frequentemente empregam termos como “regime sionista” para designar o país judeu. Contudo, os países do Brics historicamente defendem a solução de dois Estados no Oriente Médio, ou seja, o reconhecimento oficial da Palestina.
Para os iranianos, contudo, reconhecer a Palestina representaria uma maneira de o país legitimar também o direito de existência de Israel, o que contrasta com a concepção iraniana.
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O conflito no Irã durou 12 dias. Inicialmente, as forças armadas israelenses bombardearam vários alvos no país persa para evitar o avanço do programa nuclear iraniano. O Irã respondeu e lançou ataques contra Israel. Um cessar-fogo foi acordado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No entanto, a situação na região permanece complexa.
O conflito mais recente teve maior destaque nas negociações do BRICS do que os ataques em Gaza por Israel.
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Em 2024, durante a reunião do grupo em Kazan, na Rússia, os países reiteraram apoio à incorporação da Palestina na ONU como parte do compromisso pela criação de 2 Estados.
Índia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Egito são mais próximos dos Estados Unidos e tendem a não aceitar uma mudança mais drástica na menção a Israel.
Mesmo com o encerramento das negociações no sábado, na capital fluminense, o texto ainda poderá ser modificado por consenso dos chefes de Estado após a reunião.
Os países também debatiam o tom que a declaração deveria apresentar em relação à guerra tarifária dos Estados Unidos. Não haveria menções diretas nem ao país nem a Trump, mas os termos tendem a ser mais firmes do que em outras citações do bloco sobre o tema.
Adicionalmente, serão apresentadas de forma distinta outras três declarações temáticas sobre inteligência artificial, financiamento climático e a erradicação das doenças socialmente determinadas, aquelas em que a saúde de uma pessoa é influenciada por fatores como pobreza, desigualdade e condições de trabalho precárias.
Declaração na economia
Os ministros de finanças e presidentes de Bancos Centrais dos países que integram o Brics aprovaram neste sábado (5.jul) uma declaração em que defendem um sistema tributário internacional mais “justo, transparente, simples e eficiente” para promover o crescimento econômico equilibrado no bloco.
O grupo se reunirá em face das consequências dos ataques entre Israel e Irã, que é integrante pleno do BRICS desde 2023. Seria, também, o 1º encontro do bloco após o retorno do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano), à Casa Branca. O norte-americano já ameaçou o BRICS em fevereiro com tarifas comerciais caso o dólar fosse abandonado nas transações comerciais entre os países integrantes.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.