Nasa reabre contrato de pouso lunar para novos concorrentes

A Nasa anunciou na segunda-feira (20) a reabertura do contrato principal para pouso na Lua, permitindo que novos licitantes participem, em resposta aos atrasos da SpaceX com o módulo lunar Starship. Essa decisão abre oportunidades para empresas como a Blue Origin, que podem se candidatar a uma missão histórica de pouso de astronautas na Lua após meio século.

Sean Duffy, chefe interino da Nasa e Secretário de Transportes dos EUA, comentou sobre a situação em uma entrevista ao programa “Fox & Friends”. Ele afirmou que está em processo de abertura do contrato e que espera ver empresas como a Blue Origin se envolverem, além de outras possíveis concorrentes.

Pressão para acelerar o programa lunar Artemis

Os comentários de Duffy surgem em um momento de crescente pressão dentro da Nasa para acelerar o programa lunar Artemis e exigir mais progresso da SpaceX no desenvolvimento do módulo lunar Starship. A China também está avançando em seus planos de enviar humanos à Lua até 2030, o que intensifica a competição.

Essa mudança na estratégia lunar da Nasa marca o início de uma nova fase competitiva para o programa de módulo lunar, a apenas dois anos da data programada para o pouso. A Blue Origin é uma das empresas esperadas para competir pela missão, enquanto a Lockheed Martin planeja reunir uma equipe da indústria para atender ao apelo da agência.

Desafios e expectativas para a Starship

A Starship, escolhida pela Nasa em 2021 sob um contrato de US$ 4,4 bilhões (aproximadamente R$ 23,7 bilhões), enfrenta um prazo de pouso na Lua em 2027. Consultores da agência estimam que esse prazo pode ser adiado por vários anos. Elon Musk considera a Starship essencial para lançar grandes lotes de satélites Starlink e, futuramente, transportar humanos para Marte.

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Duffy mencionou que, apesar das realizações da SpaceX, a empresa está atrasada em relação ao desenvolvimento do módulo lunar. Ele também destacou que o ex-presidente Donald Trump deseja que a missão ocorra antes do final de seu mandato em janeiro de 2029.

Concorrência e desenvolvimento de novos módulos lunares

A Blue Origin, que está desenvolvendo o módulo lunar Blue Moon na Flórida, possui um contrato de pouso lunar semelhante concedido pela Nasa em 2023, mas para missões futuras do Artemis. A empresa havia contestado a decisão inicial da Nasa de escolher apenas a SpaceX em 2021 e buscou convencer a agência a considerar outras propostas como uma forma de redundância.

A referência de Duffy à Blue Origin sugere que a empresa pode competir pela missão Artemis 3. A SpaceX, por sua vez, está realizando uma série de testes da Starship no Texas, mas a Nasa expressou preocupações sobre a falta de progresso em marcos específicos do desenvolvimento do módulo lunar.

Planos para o futuro das missões lunares

Um porta-voz da Nasa informou que a agência solicitou à SpaceX e à Blue Origin que apresentem planos acelerados para o pouso na Lua até 29 de outubro. Além disso, a Nasa buscará propostas de toda a indústria espacial comercial para aumentar a frequência das missões lunares.

Bob Behnken, vice-presidente de Exploração e Estratégia de Tecnologia da Lockheed Martin, afirmou que a empresa está realizando análises significativas para módulos lunares humanos e está pronta para atender ao pedido do Secretário Duffy para cumprir os objetivos lunares dos EUA.

O programa Artemis e suas missões

O programa Artemis da Nasa, que envolve múltiplas missões e contratados, visa retornar humanos à Lua para uma presença de longo prazo. A Artemis 3 está programada para 2027 com a Starship da SpaceX. A Artemis 2, um voo de 10 dias ao redor da Lua, está prevista para abril, mas pode ser antecipada para fevereiro.

Recentemente, Bezos e o CEO da Blue Origin, Dave Limp, conversaram com Trump, que estava em conflito com Musk, um apoiador nas eleições de 2024. Essa dinâmica pode influenciar o futuro das missões lunares e a competição entre as empresas.