Após a morte de aliado de Trump, empresários bolsonaristas defendem “caça às bruxas” em empresas

Tallis Gomes instou empregadores a investigarem redes sociais em busca de indivíduos que teriam “celebrado” o assassinato; Nikolas Ferreira também exige…

12/09/2025 19:49

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Após a morte de aliado de Trump, empresários bolsonaristas defendem “caça às bruxas” em empresas
(Imagem de reprodução da internet).

Líderes empresariais ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) promovem uma espécie de “caça às bruxas” contra funcionários que manifestem apoio a ideias de esquerda. O movimento é alimentado por uma narrativa conspiratória que opõe “o bem contra o mal” e replica o clima tenso nos Estados Unidos, intensificado após o assassinato do ativista de extrema-direita Charlie Kirk, aliado de Donald Trump.

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Kirk foi baleado por um tiro proveniente de um telhado próximo, durante um evento universitário em Utah. O suspeito detido, Tyler Robinson, de 22 anos, admitiu, de forma indireta, o crime a um amigo da família, e foram encontradas munições contendo frases de fóruns gamers, memes da internet e símbolos políticos.

Críticos ressaltaram os discursos radicais de Kirk sobre raça, gênero e armas de fogo – que, segundo eles, serviam como preparação para a promoção da violência. Por outro lado, seus apoiadores relacionam o ocorrido a ataques políticos recentes, como o atentado contra Bolsonaro em 2018, o ataque a Trump em 2024 e o assassinato do político colombiano Miguel Uribe no ano anterior: todos inseridos em uma narrativa que sugere uma perseguição global à direita.

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O empresário Tallis Gomes instou empregadores a investigarem as redes sociais de seus colaboradores em busca de indivíduos que teriam celebrado o falecimento de Kirk. “A ideologia desse grupo mata”, declarou, em um vídeo divulgado nas redes sociais.

Todos os empresários, atenção.

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Tallis Gomes (@tallisgomes) 12 de setembro de 2025

Nós, líderes e empregadores, não podemos considerar como normal ou aceitável esse tipo de comportamento. O emprego não é apenas uma forma de troca entre dinheiro e horas trabalhadas, é um ato de confiança. Nossa arma atualmente é o emprego. Se os empreendedores e líderes observarem as redes sociais dos funcionários, candidatos verão claramente quem escolheu o caminho da luz, e quem se associou às trevas da inveja, da destruição, da mentira e da morte.

O empresário acusou a esquerda de promover um “fascismo” com o objetivo de dissolver famílias, minar a fé e desestabilizar a ordem social. A resposta adequada, segundo ele, seria: “Essas pessoas não devem ter emprego”.

Tallis Gomes não é estranho a investimentos contrários à esquerda no Brasil. Em 2024, o empresário abandonou a direção de uma escola de negócios após declarar que “esquerdistas” não deveriam ser contratados por supostamente não terem bom desempenho.

O pronunciamento repercutiu em outros setores do mercado financeiro nacional, como com Eduardo Cavendish, que apoiou a publicação, afirmando: “Primeiro vídeo que mais pessoas têm a coragem de fazer”.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) anunciou que solicitará ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), a demissão de um produtor do Theatro Municipal que publicou uma postagem classificando Kirk como nazista. Ferreira afirma que o prefeito recebeu notificação da Fundação Theatro Municipal determinando a exoneração imediata do funcionário.

Fonte por: Carta Capital

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.