Antônio Haddad afirma que o projeto para combater o aumento das tarifas será apresentado a Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira
O ministro também assegurou que terá uma reunião com Scott Bessent, Secretário do Tesouro dos EUA, na semana seguinte.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o plano de emergência para lidar com a tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras será encaminhado ainda nesta quarta-feira, 6, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Segundo Haddad, a decisão sobre o anúncio caberá ao presidente. Em contato com jornalistas na sede do ministério, o ministro da Economia brasileira confirmou que o pacote de medidas poderá ser editado na forma de medida provisória.
As medidas são publicadas hoje, quarta-feira, aqui na Fazenda. Ontem, terça-feira, tivemos uma reunião com o presidente Lula para detalhar o plano. Existe um relatório que chegará do MDIC relatando empresa por empresa, o presidente pediu, mas o ato em si não depende desse documento porque é um ato mais genérico. Somente na regulamentação e aplicação da lei teremos que fazer uma análise mais setorial, CNPJ por CNPJ.
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Ademais da reação interna, Haddad anunciou que terá, em 13 de agosto, uma reunião remota com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, exatamente uma semana após a implementação da sobretaxa americana. “Tenho uma reunião marcada na próxima semana, com data e hora, como o secretário Scott Bessent […]. Já recebemos o e-mail confirmando dia e hora, oficializando o interesse em conversar”, relatou o ministro.
Haddad afirmou que o encontro virtual poderá possibilitar negociações presenciais, “devido à qualidade da conversa, pode se desenvolver em uma reunião de trabalho presencial. Com os envolvidos já orientados no sentido de um entendimento entre os dois países”.
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O ministro também destacou que a reunião será destinada exclusivamente a questões econômicas, descartando qualquer ligação com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal, citado pelo presidente norte-americano Donald Trump como uma das justificativas para a tarifação. “A questão da política tem que ser tratada na esfera da política. O Poder Judiciário tem independência. Isso não está em pauta”, concluiu.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.