A controvérsia envolvendo a Eagle Football Holdings e John Textor em relação ao Botafogo domina as notícias do clube nesta semana. O ex-presidente Carlos Augusto Montenegro detalhou, de forma crítica, as ações do investidor nos bastidores.
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Segundo Montenegro, Textor deseja permanecer no Botafogo, porém não dispõe de recursos financeiros para manter o clube em uma posição de destaque no futebol brasileiro.
O Textor, agora, está tentando se afastar da Eagle. Na realidade já saiu no papel, parece que é isso. Mas está tentando ficar com o Botafogo. Contudo, ele precisa de dinheiro. Ele, pessoa física, não tem dinheiro, e está tentando falar com outras pessoas para ajudar a comprar. A Ares não quer negociar muito com ele, mesmo ele tendo dinheiro. Deve ter feito algumas e outras coisas não muito interessantes.
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A CNN confirmou a afirmação de Montenegro, que continuou a discorrer sobre a ligação entre John Textor e o grupo Ares, que lidera a Eagle Football Holdings.
Assista a Áudio Montenegro na íntegra
O fundo de investimentos, que é o segundo maior dos Estados Unidos, destinou US$ 10 bilhões para investir no esporte, começando em 2022, com cerca de US$ 3 bilhões por ano. O John Textor conseguiu US$ 450 milhões para a Eagle, sendo a principal razão a compra do Lyon na França. A Ares investiu US$ 450 milhões na Eagle, com todos os ativos da empresa – contratos de televisão, de material e ações dos sócios, incluindo as de John Textor – como garantia. O empréstimo, além do volume e valor, possui juros superiores aos praticados nos Estados Unidos, e o Textor não conseguia quitar a dívida, vendendo o Crystal Palace e amortizando parte do valor, mas ainda deve cerca de US$ 350 milhões.
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Não possui recursos financeiros e perdeu as ações. Os envolvidos executaram as ações que foram fornecidas em garantia. O Textor, atualmente, está tentando se afastar da Eagle. Na realidade já o fez em papel, parece que é isso. Mas está tentando ficar com o Botafogo. Contudo, ele precisa de dinheiro, pois, como pessoa física, não possui recursos, e está tentando conversar com outras pessoas para auxiliar na compra. A Ares não deseja negociar muito com ele.
Esteja longe do Lyon, onde já foi expulso e não pode colocar o pé ali, em outras discussões. A situação é esta. Essa Ares é o segundo maior fundo de investimento dos Estados Unidos. Não tem essa história de 100 anos do Botafogo, não. O que tem agora é dinheiro na mesa. É uma briga entre os sócios que compraram o Botafogo e ficaram com 90% da SAF. Teoricamente, a gente não tem nada a ver com essa briga, mas é o que está acontecendo. Espero que eu tenha sido claro. Qualquer coisa, me pergunte.
Textor, Eagle e Botafogo
A Eagle Football Holdings detém 90% das ações da SAF do Botafogo. John Textor lidera, porém, encerrou a parceria com a Ares, devido à crise financeira do Lyon. Michelle Kang, então, assumiu o clube.
A saída do Textor do Lyon é parte de uma decisão da Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG), que rebaixou o clube francês, a Ligue 2, por ausência de garantias financeiras.
O americano também não obteve números para concretizar os 100 milhões de euros investidos no Lyon, outro ponto do acordo com a DNCG para assegurar a permanência da equipe na primeira divisão, o que confirma o rompimento.
A direção da Eagle deseja vender o Botafogo, porém não para um investidor específico. Nesse formato, o Textor atuaria como “comprador e vendedor” de maneira concomitante, gerando a teoria do conflito de interesses.
A Eagle solicita que o Textor abandone o controle da holding, enquanto o americano tenta impulsionar a transação com uma nova empresa nas Ilhas Cayman e o apoio do investidor grego Evangelos Marinakis, proprietário do Nottingham Forest.
Atualmente, as possibilidades que incluem a venda individual de John Textor são consideradas improváveis nos círculos internos.
A opção mais interessante seria a venda das ações para um terceiro, porém isso envolveria questões judiciais da SAF e a captação de compradores, o que não seria viável dentro do prazo estabelecido pela Eagle na negociação.
John Textor ainda estaria envolvido na gestão do Botafogo, mantendo-se alinhado com a estrutura associativa e buscando sua permanência.
A própria SAF do Botafogo obteve na Justiça do Rio a manutenção de John Textor na gestão, sob a alegação de uma dívida de aproximadamente R$ 150 milhões com a Eagle Football Holdings.
Apesar do triunfo imediato, o clube do Rio de Janeiro se encontra em uma situação delicada, uma vez que, sem a aquisição da Eagle, John Textor não está conseguindo realizar movimentações financeiras como antes. Isso prejudica o clube.
Assim, o futuro do Botafogo encontra-se em um momento de impasse, e as próximas semanas serão cruciais para determinar os próximos passos da SAF.
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Fonte por: CNN Brasil