Antecipando as eleições municipais, Venezuela acusa ataques imperialistas na Cúpula dos Povos Pela Paz

Discursantes abordaram a criação de opções distintas ao capitalismo e enfatizaram a importância de apoiar a Palestina.

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(Imagem de reprodução da internet).

A Assembleia dos Povos pela Paz ocorre na Venezuela e reúne delegados de 80 países para reiterar o apoio aos projetos populares e revolucionários em todo o mundo. Na manhã desta sexta-feira (25), as atividades concentraram-se em denunciar os ataques dos Estados Unidos contra países que propõem uma alternativa ao capitalismo.

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Para o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvânia Gil, os ataques dos EUA prejudicaram o progresso e o desenvolvimento de diversas estruturas dos países da periferia do sistema capitalista. Ele afirma que, agora, é o momento não mais de resistência, mas de ofensiva das nações do Sul Global frente às medidas americanas.

Países que se diziam defensores dos Direitos Humanos impediram o acesso às vacinas durante a pandemia. Esses atos nos fortaleceram. Continuamos unidos e progredimos na construção da prosperidade em todas as áreas. Essa resistência nos possibilita oferecer nossos territórios e espaços a todos os povos do mundo para a luta pela paz e resistência.

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A cúpula em Caracas ocorre em vésperas das eleições municipais no país. Para Gil, os convidados internacionais podem ver uma disputa que encerra um ano de processos eleitorais que foram atacados e descredibilizados pela direita venezuelana e internacional.

Os prefeitos são a primeira linha de atuação política clássica e estas eleições encerram um ciclo eleitoral clássico que tentou ser destruído pelas forças obscuras do imperialismo, do fascismo. Teremos a oportunidade de acompanhar este processo de uma das jornadas mais importantes da nossa revolução. Atravessamos vários tipos de ataques, disse o chanceler.

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Socorro Gomes, do Centro Brasileiro de Solidariedade e Luta dos Povos pela Paz, também participou da cúpula e destacou os governos da Venezuela, Cuba e Nicarágua na construção de projetos que representam uma nova dinâmica política e que resistem aos ataques dos Estados Unidos.

Segundo ela, a humanidade enfrenta uma ameaça global de guerra e o agravamento de crises decorrentes do capitalismo, bem como da necessidade de “despertar da consciência e de enfrentamento”. Ela declarou que é imprescindível a unidade entre os povos na luta “antifascista”.

Ela também afirmou que é preciso combater o genocídio na Palestina, que atualmente representa a manifestação mais clara do imperialismo americano.

A busca pela paz está relacionada à luta contra o imperialismo. Como não há paz com a opressão, com ataques e com o genocídio na Palestina. Estão assassinando e destruindo a humanidade. Por isso, é necessário a unidade antifascista e anti-imperialista, afirmou Gomes.

A ex-deputada abordou ainda as sanções impostas pela Casa Branca, que consolidaram seu poder com uma ofensiva contra os países do Sul Global e que, nas últimas décadas, se manifestou no uso do dólar como principal instrumento do imperialismo. Gomes reiterou que existe uma reconfiguração dos países na proposição de alternativas, porém isso intensifica a tensão com os países do centro do sistema capitalista.

Dario Camal, membro do Comitê Central da Organização da Juventude da Frente de Liberação de Moçambique (Frelimo), comentou sobre a relevância da articulação internacional e afirmou que os países do Sul possuem um histórico de luta que desenvolveu uma teoria revolucionária e um referencial de resistência significativo para o país.

Não admitiremos mais conflitos. O imperialismo pode possuir armas nucleares, porém nós contamos com a memória daqueles que morreram lutando por nossa liberdade.

A Palestina no foco

A defesa do povo palestino contra os ataques israelenses também foi tema dos discursos. Almaza Ahmed Maarouf é membro do Conselho Nacional Palestino e reiterou a importância de denunciar os ataques contínuos contra a Faixa de Gaza e a população palestina.

“Optamos pela resistência. A rendição não faz parte do nosso vocabulário. Não nos renderemos e a Palestina continuará lutando”, declarou.

O ministro Yvân Gil afirmou que a Venezuela tem servido como um local de articulação em prol da defesa dos povos palestinos. Ele ressaltou que o apoio ao Estado da Palestina integra a agenda das relações exteriores venezuelanas desde Hugo Chávez, e permanece uma prioridade sob a gestão de Nicolau Maduro.

É preciso defender e nos organizar para enfrentar os ataques sionistas. Isso é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e que respeite os povos contra o imperialismo dos EUA, concluiu.

Fonte por: Brasil de Fato

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.

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