Anjos do Brasil alertam: Investir em startups com a Selic em 15% exige cautela
Em artigo, Cassio Spina, fundador e presidente da Anjos do Brasil e sócio da Alya Ventures, defende que o momento é favorável para investimentos, ressal…
Investindo em Startups com Juros Altos: Uma Oportunidade Estratégica
Por Cassio Spina, fundador e presidente da Anjos do Brasil e sócio da Alya Ventures
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Quando a taxa Selic alcança patamares elevados, como 15%, muitos investidores são atraídos por ativos de renda fixa, buscando previsibilidade e altos rendimentos nominais. No entanto, para o investidor com visão de médio e longo prazo, essa pode ser a melhor hora para direcionar parte do portfólio para startups.
Entendendo o Impacto das Taxas de Juros
Investir em startups é, por definição, um movimento de longo prazo, com um horizonte de retorno médio de cinco a sete anos. O investidor que aporta capital hoje não está mirando o cenário econômico atual, mas sim o ambiente que prevalecerá no futuro, quando essas empresas estarão mais maduras ou preparadas para uma liquidez, seja por meio de aquisição ou IPO.
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A Perspectiva de Redução da Taxa de Juros
A perspectiva é de redução gradual da taxa de juros ao longo dos próximos anos, acompanhando o ciclo econômico. Ao investir hoje, o investidor compra participações em empresas que, no futuro, tendem a ser avaliadas com múltiplos mais altos, beneficiadas por um custo de capital menor.
Valuations e o Custo do Capital
Os valuations das startups são diretamente impactados pelo custo de capital. Em períodos de juros altos, o dinheiro é mais caro e o apetite por risco diminui, reduzindo a quantidade de capital disponível para rodadas de investimento e pressionando os valuations para baixo. Para o investidor que está disposto a diversificar agora, isso significa a possibilidade de adquirir participações a preços mais atrativos.
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O Momento Oportuno: Janela de Oportunidade
Historicamente, o mercado demonstra um comportamento cíclico. Em 2021, com juros em mínimas históricas, o volume de investimentos em startups disparou, inflando valuations em vários setores. Quem entrou nesse momento, muitas vezes, viu suas participações perderem valor quando as taxas subiram novamente e o mercado corrigiu. A lição é clara: os melhores retornos tendem a vir de investimentos feitos nos momentos de retração, quando poucos estão dispostos a investir.
Boas Práticas para Investidores em Startups
Apesar do potencial de retorno, é fundamental seguir boas práticas para reduzir riscos. A primeira delas é a diversificação do portfólio, investindo em pelo menos dez a quinze participações, para que o sucesso de poucas possa compensar eventuais fracassos. Outra prática recomendada é investir de forma contínua, evitando concentrar todo o capital em um único período ou rodada. A constância permite capturar diferentes momentos do ciclo econômico e reduzir o impacto de oscilações de curto prazo.
Investimento Coletivo e Governança
Uma estratégia adicional é investir em conjunto com outros investidores, seja por meio de sindicatos (syndicates), fundos ou grupos de investidores anjo como a Anjos do Brasil. Essa abordagem dilui o risco individual e agrega inteligência coletiva, aumentando as chances de selecionar bons empreendimentos. Além disso, mais investidores engajados significam maior apoio estratégico à startup, desde conexões com clientes até suporte em temas de gestão. É fundamental, contudo, que essa relação seja pautada por uma governança bem definida, tanto entre os investidores quanto com a própria startup. Acordos claros sobre direitos, deveres e mecanismos de tomada de decisão são essenciais para evitar conflitos futuros e proteger o capital investido.
Autor(a):
Lucas Almeida
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.












