A CNN, Planalto e o Supremo Tribunal Federal indicaram que considerariam uma proposta menos drástica.
Na terça-feira (16), a questão da anistia deverá ser novamente discutida no Congresso Nacional. Poucos dias após o STF (Supremo Tribunal Federal) julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deve promover uma reunião com líderes em que a anistia será abordada.
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Segundo o analista da CNN, Caio Junqueira, uma parcela do STF e o Palácio do Planalto indicaram que concordariam com o projeto caso uma versão mais “leve” fosse proposta.
Os opositores, em especial os deputados mais próximos do ex-presidente, buscam realizar uma votação do documento desde o começo do ano.
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O projeto recente contrasta com os interesses desses parlamentares, em virtude de sua exclusão de Bolsonaro daquela anistia.
A anistia, prevista no Código Penal brasileiro, consiste na extinção da punibilidade de um crime. Trata-se da concessão de perdão a um delito praticado por um brasileiro ou por um grupo de brasileiros.
A Constituição, contudo, determina que crimes hediondos não são passíveis de anistia. Trata-se de delitos como homicídio, tráfico de crianças, estupro, genocídio, tortura, tráfico de drogas e terrorismo.
Essa “anistia branda” se distingue do projeto inicial ao não incluir um perdão judicial, conforme almeja uma parcela dos bolsonaristas. Assim, não causaria um impacto tão significativo nas penas impostas a Bolsonaro e aos demais condenados na última quinta-feira (11), mas alteraria a situação dos processos envolvendo os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
A nova proposta, por sua vez, diminuiria as penas, estabelecendo que a punição pela abolição violenta do Estado Democrático de Direito seria aumentada se praticada em confluência com um golpe de Estado, como no caso do ex-presidente.
O projeto reformulado incluiria, sobretudo, quatro pontos:
Os réus do atentado de 8 de janeiro foram julgados com base nos crimes de formação de organização criminosa, supressão do poder democrático, tentativa de anarquia, dano grave e prejuízo ao patrimônio histórico e cultural.
Desde então, apoiadores de Bolsonaro têm defendido uma proposta para anistiar todos os implicados nos ataques aos três poderes.
O Partido Liberal concede perdão a todos que cometeram crimes políticos ou eleitorais, incluindo manifestantes, caminhoneiros, empresários e quaisquer indivíduos que tenham participado de manifestações nas rodovias nacionais, em frente a unidades militares ou em qualquer local do território nacional, no período compreendido entre 30 de outubro de 2022 e a data de entrada em vigor desta futura lei.
Na prática, o texto não favorece Jair Bolsonaro, sendo que a oposição busca que o perdão seja aplicado ao ex-chefe do Executivo, permitindo que ele recupere a elegibilidade e concorra às eleições no ano seguinte.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.