Aneel levanta questionamentos em relação ao leilão de R$1 bilhão de passivos da GSF
Dúvidas sobre o principal item para a realização do leilão agendado para sexta-feira (1º) foram levantadas.

Os diretores da Aneel expressaram preocupações nesta terça-feira (29) sobre um indicador-chave para a resolução do leilão programado para sexta-feira (1°) que visa atender ao passivo de R$ 1 bilhão decorrente do risco hídrico (GSF) no mercado de balcão de curto prazo.
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Na análise de um processo relacionado a leilões realizada na terça-feira (29), o diretor Fernando Mosna solicitou vistas, após propor que a Aneel solicitasse ao governo a suspensão do leilão.
O diretor demonstra incerteza em relação à taxa de desconto (WACC) que a Aneel poderá utilizar no futuro para calcular a extensão das concessões de usinas hidrelétricas vencedoras do processo licitatório.
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Conforme Mosna, com base nos comandos do Ministério de Minas e Energia, existem duas opções de WACC: 9,63%, em linha com a taxa utilizada em casos análogos, ou 10,94%, conforme portaria específica emitida pelo governo para o leilão.
A dúvida em relação ao parâmetro é relevante, pois afeta diretamente o proveito que os vencedores do concurso terão ao obterem os títulos de créditos do GSF, e os diretores da Aneel foram reconhecidos.
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Não ficou imediatamente claro como isso poderia afetar o prazo do concurso.
A empresa será leiloada nesta sexta-feira (1°) e irá negociar títulos de dívidas do GSF no mercado de curto prazo de energia, que atualmente possui cerca de R$ 1 bilhão em valores pendentes, sobretudo devido a uma antiga judicialização do setor.
Grandes empreendedores hidrelétricos podem adquirir esses títulos para quitá-los e, em troca, obterão direito de prorrogar a validade de suas concessões de geração por até sete anos.
A Aneel não é responsável pela concorrência — que está sob organização da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) –, contudo, o regulador desempenha um papel relevante ao final do processo, uma vez que realizará o cálculo da extensão das concessões de usinas hidrelétricas.
De acordo com especialistas do setor elétrico, o leilão representava uma chance significativa para as grandes concessionárias, incluindo Auren, Cemig e Engie, que deverão obter sucesso nas próximas rodadas.
A procura por energia deverá crescer 25% até o ano de 2034, segundo o governo.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.