Andy Muschietti elogia o uso do medo em “It” e destaca a complexidade humana
“It: Bem-Vindos a Derry” surpreende com direção de Andy Muschietti e análise sobre o medo como arma estratégica na série.
Inicialmente, não previ grande interesse na adaptação da série a partir do livro de Stephen King, devido à experiência de adaptações anteriores. Contudo, a direção de Andy Muschietti, juntamente com Barbara Muschietti, Jason Fuchs e Brad Caleb Kane, surpreendeu positivamente.
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Conforme já escrevi, a série se configura como uma “ópera do medo” instigante, utilizando o sentimento como um catalisador para seus diversos núcleos narrativos.
O Medo como Arma
A principal e mais interessante aplicação reside no uso do medo como uma arma estratégica. A série explora a dinâmica do controle militar através de uma criatura que explora as fraquezas psicológicas. “It: Bem-Vindos a Derry” oferece um comentário social e histórico relevante, demonstrando a rápida transição da narrativa da fantasia para a realidade, evidenciando que o medo é a tática de guerra mais antiga e eficaz.
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A Estratégia da Manipulação
O núcleo militar da série não busca libertar Derry da maldição, mas sim utilizar a criatura como aliada. Não é necessário um spoiler para perceber a complexidade da situação, mas a discussão sobre o medo sob essa ótica narrativa é notável.
Essa abordagem se conecta com o contexto global, onde a ausência de uma Guerra Mundial desde a década de 1940, em grande parte, se deve ao surgimento de potências nucleares.
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A Destruição Mútua Assegurada
A estratégia dominante se tornou a Destruição Mútua Assegurada (MAD), onde o risco de extinção se torna real apenas com o disparo de uma dessas armas. Isso transformou os conflitos internacionais em predominantemente psicológicos, com a manipulação do medo entre as nações como principal ferramenta.
Essa dinâmica se reflete na série de maneira impactante.
O Medo como Ferramenta de Controle
O medo sempre foi uma arma poderosa em disputas de interesses. Líderes utilizam os temores das pessoas para colocá-las umas contra as outras, e o desconhecido provoca medo, o que torna a ignorância mais interessante para os manipuladores. A prisão injusta do projecionista do cinema de Derry, Hank Crogan, ilustra essa dinâmica, revelando um ato de racismo que se manifesta devido ao medo de perder o poder e a estabilidade.
Conclusão
A série “It: Bem-Vindos a Derry” demonstra que o maior horror do universo de Stephen King reside na natureza humana, que se manifesta na tendência de ceder ao conforto egoísta. A criatura Pennywise serve para expor essa complexa tendência, e os criadores da série foram bem-sucedidos em construir uma trama que dialoga perfeitamente com o nosso tempo, refletindo a polarização de diferentes culturas e credos, alimentada pela manipulação de seus medos.
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.












