André Silveira alerta: Venda de drinques cai acentuada em meio à crise do metanol
André Silveira, sócio-fundador do Grupo Hungry, enfrenta prejuízos de R$ 17 milhões com três casas na capital paulista e consumidor cauteloso com álcool.
Intoxicações por Bebidas Adulteradas Impactam o Varejo de Bares e Restaurantes
Uma onda de intoxicações causadas por bebidas adulteradas com metanol, principalmente em São Paulo, está gerando um impacto significativo no varejo de bares e restaurantes. A crise tem se tornado um novo fator de incerteza para empresários do setor, que agora lidam com queda no consumo e um consumidor apreensivo.
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Grupo Hungry Sofre com a Crise
O Grupo Hungry, dono de três bares na capital paulista e com previsão de faturamento de 17 milhões de reais neste ano, já sente o impacto direto. A venda de drinques caiu, e clientes passaram a questionar, mesmo que informalmente, a procedência das bebidas. “Desde o primeiro caso que foi divulgado, a gente já começou a receber mensagens no Instagram das casas. Primeiro em tom de brincadeira, depois sério: ‘posso confiar?’”, afirma André Silveira, sócio-fundador do grupo.
“A gente responde na hora, explica que compra tudo com nota, de fornecedor certificado. Mas o medo existe. Já estamos vendendo bem menos drinques.” A situação é agravada pela percepção de que o consumo de cerveja e chope aumentou, enquanto os drinques perderam popularidade, conforme observado por fornecedores da Ambev, que preveem um aumento no consumo de chope nos próximos meses.
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Adaptações e Medidas de Segurança
Para facilitar a fiscalização e transmitir segurança ao consumidor, o grupo agora retém as notas fiscais das bebidas nas lojas. “Antes, a gente mandava direto pro financeiro. Agora, estamos com uma pastinha só com nota de bebida, caso o fiscal — ou até algum cliente — queira ver. Quem trabalha certo não tem por que ter medo.” A Abrasel SP, associação que representa bares e restaurantes do estado, também recomenda compras apenas de fornecedores confiáveis e a inutilização de garrafas vazias para evitar reutilização por falsificadores.
Origens e Resiliência do Grupo Hungry
O Grupo Hungry nasceu em 2012, quando o publicitário André Silveira e a chef Mariele Horbach abriram o primeiro bar, o Garota da Vila, em São Paulo. A proposta era criar um boteco com alma carioca na capital paulista. Nos dois primeiros anos, a operação ficou no vermelho. O ponto era grande demais, a cozinha pouco eficiente e faltava conhecimento sobre o público local. A virada veio quando o casal trocou de funções: ela assumiu a cozinha por completo; ele passou a cuidar do salão. “Quando a gente passou a se dedicar 100%, o negócio virou”, lembra Mariele.
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Com a casa estabilizada, vieram novas unidades: o Bar Jobim, em 2017, e o Garota da Chácara. Durante a pandemia, reformaram os espaços e lançaram uma hamburgueria delivery, a Vaca Louca — depois descontinuada. Hoje, o grupo aposta no vínculo com o cliente como diferencial. “Na pandemia, a gente virou quase uma extensão da casa dos nossos clientes. Eles vinham bater papo na porta, pedir açúcar, trazer a família. É essa relação que mantém o negócio vivo.”
Perspectivas e Alerta
Para André, o susto deve passar. “Acho que agora vai ficar até mais seguro, porque esse tema voltou pro debate. Essas fábricas clandestinas sempre existiram. Mas agora tem polícia, estado, todo mundo em cima. Não é motivo pra pânico, mas é bom estar alerta.” Enquanto a fiscalização não fecha o cerco de vez, os bares que atuam dentro da legalidade tentam contornar o dano colateral: o medo.
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.












