Análise: Trump pode ser obrigado a tomar medidas após Putin demonstrar ser inflexível

Moscou apresentou um memorando de paz à Ucrânia, sem sinais de flexibilização de suas demandas.

05/06/2025 4:09

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Análise: Trump pode ser obrigado a tomar medidas após Putin demonstrar ser inflexível

Rússia e Ucrânia permanecem tão distantes quanto antes, com os dois países em guerra incapazes de alcançar um avanço significativo nas negociações diretas em Istambul.

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Apesar de se alcançar um acordo para a troca de prisioneiros, Moscou e Kiev permanecem firmemente divididas quanto à forma de finalizar o prolongado conflito na Ucrânia.

A Rússia demonstrou-se particularmente inflexível, apresentando aos negociadores ucranianos um memorando que reitera seus termos maximalistas e intransigentes, que correspondem, em essência, a uma rendição ucraniana.

A expectativa sempre foi limitada em relação a acordos do Kremlin. Contudo, Moscou parece ter removido qualquer sinal de abertura para flexibilizar suas demandas.

O memorando russo exige novamente que a Ucrânia se retire de quatro regiões parcialmente ocupadas que a Rússia anexou, embora não tenha conquistado: uma concessão territorial que Kiev rejeitou consistentemente.

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O documento estabelece que a Ucrânia deve concordar com restrições severas para suas forças armadas, sem aderir a qualquer aliança militar, receber tropas de outros países ou desenvolver armas nucleares.

A desmilitarização ucraniana na sua forma inflexível seria inaceitável para Kiev e grande parte da Europa, que considera o país como um obstáculo à expansão russa.

Outras exigências russas incluem a retomada completa dos vínculos diplomáticos e econômicos, estabelecendo que nenhuma reparação será necessária por qualquer parte e que todas as sanções ocidentais contra a Rússia sejam levantadas.

É uma lista de desejos do Kremlin que, ainda que reconhecível, revela como Moscou continua a conceber o futuro da Ucrânia como um Estado submetido sob influência russa, sem um exército considerável ou autonomia efetiva.

Dmitri Medvedev, ex-presidente e primeiro-ministro russo, declarou publicamente na terça-feira que o propósito de Moscou nas negociações de paz não é “concluir um acordo”, mas sim obter uma “vitória rápida”.

Ele declarou que este era o sentido do memorando russo.

Essa postura inflexível emerge, apesar de dois elementos relevantes que poderiam ter levado o Kremlin a repensar.

A capital ucraniana alcançou a habilidade técnica de realizar ataques em profundidade no território russo, mesmo com a significativa disparidade em área e recursos.

Esses recentes ataques com drones contra bombardeiros russos, realizados a milhares de quilômetros da Ucrânia, demonstram isso.

O governo ucraniano, aparentemente, conta com algumas estratégias e as está implementando.

Em segundo lugar – e possivelmente mais perigoso para Moscou – surgem as últimas exigências linha-dura do Kremlin, apesar das crescentes frustrações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com seus próprios esforços de paz na Ucrânia.

Trump já manifestou sua irritação com o líder russo, Vladimir Putin, que ele afirmou ter ficado “absolutamente enlouquecido” após os extensos ataques russos à Ucrânia na semana anterior.

Richard Blumenthal (@SenBlumenthal) 2 de junho de 2025

Não está claro, no momento, como o presidente americano reagirá, ou o que ele fará — se é que fará alguma coisa.

O resultado da guerra na Ucrânia, particularmente a negociação de um acordo de paz para finalizá-la, tornou-se de maneira constrangedora vinculado à administração atual da Casa Branca.

A persistência de Putin em manter uma postura inflexível e rejeitar os pedidos por paz pode agora obrigar Trump a tomar medidas.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.