A Rússia iniciou a maior operação de drones contra o território ucraniano em resposta a declarações desfavoráveis do presidente americano.
Há uma ligação direta entre o que o presidente dos EUA, Donald Trump, afirma e o que o presidente russo, Vladimir Putin, executa.
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É certo que as palavras duras e a violência amarga dos últimos dias na Ucrânia indicam que a resposta pode ser.
Trump manifestou uma certa frustração em relação à ausência de compromisso de Putin em uma resolução séria do conflito.
O republicano afirmou em uma reunião de gabinete na terça-feira (8) que “Putin nos fala muita besteira, se você quer saber a verdade”.
Ele é excessivamente gentil o tempo todo, mas isso acaba sendo inútil, ele reclamou.
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No dia seguinte, irritada com os comentários, a Rússia lançou o maior ataque de drones contra a Ucrânia, enviando 728 drones e 13 mísseis para atacar cidades em todo o país.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou “revelador” o ataque, condenando as ofensivas por serem planejadas para impedir os esforços de paz.
Observa-se um padrão evidente.
Após Trump expressar publicamente a falta de progresso em relação a um cessar-fogo após uma longa conversa com o líder do Kremlin, a Rússia lançou um novo ataque massivo contra a Ucrânia.
Foram lançados 539 drones e 11 mísseis, conforme descrito por autoridades ucranianas como um dos piores ataques do conflito.
Você não precisa se sentir culpado por acreditar que, sempre que o presidente Trump expressa raiva, frustração ou até mesmo negatividade em relação a Putin, a resposta imediata da Rússia é intensificar a punição aplicada à Ucrânia.
Não é tão simples assim.
A questão reside no fato de que a Rússia também conduz ofensivas destrutivas contra a Ucrânia, mesmo em momentos em que o presidente dos EUA demonstra pouca fala sobre o conflito que ele havia prometido resolver em um único dia.
Em 29 de junho, por exemplo, Moscou lançou 477 drones e 60 mísseis contra o vizinho na época, o maior ataque aéreo russo da guerra.
Contudo, o presidente americano proferiu poucas declarações públicas relevantes acerca da Rússia nos dias que antecederam.
Adicionalmente, o representante republicano informou aos líderes do G7 que lamentava a ausência de Putin na cúpula de junho e criticou os chefes de estado anteriores por terem excluído a Rússia daquele grupo, e Moscou aumentou os ataques a Kiev.
Um dos incidentes resultou na morte de pelo menos 28 indivíduos em uma única noite de ataques por meio de drones e mísseis contra a capital ucraniana, dias após a declaração.
Mesmo comentários positivos do presidente dos Estados Unidos, que você poderia esperar que acalmassem qualquer irritação russa subjacente sobre a forma como o assunto é tratado na Casa Branca, não parecem atuar como um impedimento aos excessos do Kremlin.
O governo russo desconsiderou qualquer alegação de que a explosão recente de Trump tenha causado um impacto significativo.
“Estamos lidando com isso com muita calma”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres em uma coletiva diária, acrescentando que “Trump, em geral, tende a usar um estilo e expressões bastante contundentes”.
Na verdade, é muito provável que as táticas militares russas sejam motivadas pelo objetivo militar implacável de conquistar o maior território possível, considerando que o conflito na Ucrânia, em seu quarto ano, ainda não chegou ao fim.
É mais provável que o aumento alarmante do emprego de drones russos nas últimas semanas reflita a falta de mísseis e o incremento na produção de drones na Rússia, em vez de ser uma reação enraizada de Putin a alguma observação negligente do presidente Trump.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.