Análise: OTAN e territórios precisam ser discutidos com o objetivo final do término do conflito
Conforme a analista Fernanda Magnotta, as regiões de Donetsk e Luhansk podem fazer parte do acordo territorial.
A sugestão do presidente dos EUA, Donald Trump, de um acordo de paz sem cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, levanta dois pontos cruciais a serem considerados para o encerramento do conflito: a questão da OTAN e a disputa territorial.
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A analista internacional da CNN, Fernanda Magnotta, aponta que, com a Rússia controlando aproximadamente 20% do território ucraniano, os analistas observam que a proposta atual, distinta das negociações convencionais que iniciam com um cessar-fogo, visa um encerramento direto do conflito, ainda que sua validade seja questionável.
Questões territoriais em disputa.
Magnotta argumenta que a Crimeia, incorporada pela Rússia em 2014, dificilmente voltará ao controle ucraniano. As áreas de Donetsk e Luhansk, no Donbas, que possuem uma população russa considerável e estão sob domínio de Moscou, também podem ser incluídas nas negociações territoriais.
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Essas áreas possuem importância que transcende o aspecto territorial: são estratégicas sob o ponto de vista energético, agrícola e logístico. A Crimeia, por exemplo, é crucial para o acesso ao mar e transporte marítimo, além de abrigar a base militar de Sevastopol.
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Desafios políticos
A negociação apresenta complexidades políticas consideráveis. Tanto Vladimir Putin quanto Volodymyr Zelensky precisam defender suas posições diante de seus respectivos países.
Para Putin, é necessário demonstrar resultados que legitimem o conflito, ao mesmo tempo em que Zelensky precisa evitar ser percebido como responsável por perdas territoriais substanciais.
A negociação pode incluir a transferência de certas áreas em troca da proteção de outras, particularmente cidades do sul, próximas à Crimeia, onde ainda há combates em curso. Até o momento, os ucranianos têm se oposto a qualquer tipo de cesso territorial, embora haja um aumento da percepção de que alguma forma de concessão será necessária para atingir a paz.
Segurança assegurada.
O fornecimento de garantias à Ucrânia e à Rússia foi um tema recorrente no encontro entre Trump e líderes europeus. Emmanuel Macron, da França, Keir Starmer, do Reino Unido, e Giorgia Meloni, da Itália, destacaram a necessidade de assegurações de que, após um possível cessar-fogo na Ucrânia, a Rússia não retomasse ataques.
O líder britânico afirmou que a designação de Trump de garantias de segurança no “estilo Artigo 5” corresponde ao trabalho que a “Coalizão dos Dispostos” — os principais aliados europeus da Ucrânia — vem realizando nos últimos meses.
Adicionalmente, declarou que a aliança está pronta para assumir a responsabilidade em assegurar a segurança da Ucrânia. Contudo, seria preciso definir quais seriam as garantias oferecidas à Ucrânia e à Europa.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.












