Analise os 8 pontos do relato de Bolsonaro perante o STF
Ex-presidente rejeitou o esboço do golpe, reconheceu ter debatido “possibilidades” para questionar os resultados eleitorais e classificou como “malucos” seguidores que propuseram intervenção militar.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira (10) no contexto do processo que investiga uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
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Bolsonaro foi o sexto réu ouvido na fase de instrução da ação penal. Ele declarou por aproximadamente duas horas e meia. A sessão apresentou um clima amigável e, em certos momentos, informal.
A CNN apresenta os aspectos cruciais do depoimento:
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Não houve golpe.
O ex-presidente afirmou que ele ou os comandantes das Forças Armadas não participaram de discussões sobre uma tentativa de golpe.
“Da minha parte ou por parte de comandantes militares, nunca se mencionou a possibilidade de golpe. Um golpe é relativamente fácil de iniciar. No entanto, o ‘after day’ (dia seguinte, em tradução livre) é sempre imprevisível e prejudicial para todos”, declarou Bolsonaro.
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Análise de alternativas
Bolsonaro reconheceu ter considerado “possibilidades” para questionar os resultados das eleições de 2022, afirmando que tais ações estavam em conformidade com a Constituição, o que não representaria um plano de golpe de Estado.
O ex-presidente declarou que houve, sim, reuniões para debater uma possível decretação de Garantia de Lei e Ordem (GLO) no país, devido à preocupação com que a paralisação de rodovias por caminhoneiros e as manifestações em frente ao Quartel-General do Exército se intensificassem.
Trabalhamos com a GLO [em reuniões] porque os caminhoneiros estavam na iminente possibilidade de parar, sobre o que poderia acontecer com aquela multidão em frente aos quartéis. Então, houve reuniões para tratar desses assuntos. Nós estudamos possibilidades, todas dentro da Constituição.
Bolsonaro ainda afirmava que a sugestão de declarar estado de sítio era a que “alguns levantavam”, sem especificar quem a propôs, e sustentava que nenhuma medida foi implementada para sua execução.
Plano para derrubar o governo.
Bolsonaro confirmou que, em 7 de dezembro de 2022, foram elaborados “rapidamente” os fundamentos de um esboço em reunião com comandantes das Forças Armadas, no Palácio do Alvorada.
Conforme ele, a discussão sobre o tema já começou sem força, de modo que nada avançou.
O ex-chefe do Executivo negou ter editado ou “enxugado” tal minuta. “Não escrevi, não alterei, não digitei nada. Não tenho responsabilidade sobre essa minuta”, afirmou.
A alegação de fraude nas urnas é uma questão que suscita debates e controvérsias, envolvendo acusações de manipulação dos resultados eleitorais por meio de irregular
Bolsonaro, quando questionado sobre alegações envolvendo as urnas eletrônicas, reiterou seu apoio ao voto impresso e argumentou que criticar ou duvidar do processo eleitoral é um direito democrático.
“Eu não utilizo a palavra ataques, peço desculpas. São críticas. […]. A crítica, na minha visão, não é um ataque. A imprensa tem o hábito de usar essa palavra quando meu nome está na mesa. Críticas são bem-vindas num Estado Democrático de Direito”, declarou em interrogatório.
Durante o depoimento, Bolsonaro apresentou declarações do ministro do STF Flávio Dino e de deputados de esquerda que questionavam a lisura das urnas, visando demonstrar que não era o único a ter dúvidas sobre as eleições.
Pedindo desculpas a Moraes.
No início do depoimento, Bolsonaro pediu desculpas a Moraes por acusar o ministro e outros membros do Supremo de receber milhões de reais para encobrir fraudes nas eleições. O ex-presidente admitiu não ter nenhuma base para as declarações.
Questionado por Moraes sobre quais eram os indícios que ele tinha para tais declarações, o ex-chefe do Executivo afirmou:
Não tenho nenhuma evidência. Era até uma reunião para não ser gravada, um desabafo, uma retórica que eu usei, se fossem outros ocupando teria dito a mesma coisa, então me desculpe, não tinha essa intenção de acusar de qualquer desvio de conduta dos senhores.
Quem solicita ajuda é considerado louco.
Ao desmentir a articulação para um golpe, Bolsonaro afirmou que os apoiadores que demandavam intervenção militar após as eleições de 2022 eram “malucos”.
“Sempre existem alguns radicais que defendem a ideia do AI-5, da intervenção militar. As Forças Armadas nunca teriam se envolvido nisso, porque a pressão da sociedade existia, além de não ser apropriado, e nós assumimos o controle da situação”, declarou Bolsonaro.
Convidamos você a assumir o cargo de vice.
O ex-presidente sugeriu Moraes como seu candidato a vice-presidente para futuras eleições.
Bolsonaro discursava acerca das viagens que efetua e declarou que tem a intenção de visitar o Rio Grande do Norte na semana seguinte. Na ocasião, questionou Moraes se desejava que fossem encaminhadas as imagens do percurso. O ministro respondeu que “recusava” o envio das fotografias.
Apresentação de Lula
Bolsonaro afirmou que não permitiu que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se submetesse a “vaias históricas”.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.